"Não comento as declarações do senhor presidente da Assembleia da República", asseverou esta quarta-feira Marcelo Rebelo de Sousa sobre as palavras de Augusto Santos Silva a propósito das buscas ao PSD e à casa de Rui Rio.
Escusando-se sempre de opinar sobre o caso em si, disse que na sua interpretação da lei, "há ali, obviamente, uma interrelação entre o papel do grupo parlamentar no Parlamento e o papel do grupo parlamentar na vida política e partidária. Há. Sempre esteve na lei e sempre esteve na prática".
Marcelo disse querer evitar "problemas na separação de poderes" e afirmou que "neste tema, que já tem antecedentes, deve atuar-se de uma forma em que cada órgão exerce os seus poderes, sem dar a sensação de que há uma espécie de guerra entre os responsáveis políticos e aqueles que funcionam em termos de investigação judicial".
"Os cidadãos podem perder a confiança se se convencerem que há instituições que vão longe demais na sua forma de atuação, como há instituições que aparecem como querendo fugir ao um escrutínio ou verem-se envolvidas em querelas", atirou, acrescentando que deve prevalecer uma "aplicação da constituição com bom senso".
Recorde-se que presidente da Assembleia da República (AR), Augusto Santos Silva, anunciou que vai levar o assunto das buscas à sede do PSD e os seus contornos à Conferência de Líderes, marcada para a manhã de quarta-feira.
Marcelo, asseverou ainda que, se Augusto Santos Silva entende que o deve fazer, que o respeitará.
[Notícia atualizada às 14h22]
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