JMJ? "Houve um 'arrancar' muito em cima da hora e isso tem um preço"
O Presidente da República afirmou que "é muito difícil pôr de pé uma Jornada, sobretudo depois de uma pandemia" e lembrou ainda as mudanças na Câmara de Lisboa.
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País JMJLisboa2023
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, comentou, este domingo, as críticas feitas ao Governo pelo recurso a ajustes diretos no âmbito da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) e lembrou que "houve um arrancar muito em cima da hora" devido à pandemia de Covid-19 e à mudança na liderança da Câmara Municipal de Lisboa.
"É muito difícil pôr de pé uma Jornada, sobretudo depois de uma pandemia. Houve um adiamento, parou tudo no mundo, na Europa, em Portugal… É evidente que ficaram para a última hora pontos importantes", referiu em declarações aos jornalistas em Vila Viçosa, acrescentando que houve uma mudança na liderança da Câmara Municipal de Lisboa.
"Houve um 'rearrancar' muito em cima da hora e isso tem um preço. Ficam coisas para a última hora. E só há uma maneira para resolver, que é recorrer a formas expeditas de contratação. Se não, não está pronto", acrescentou.
Marcelo lembrou que "a maior parte dos ajustes diretos" foram alegadamente nos últimos meses" e reconheceu que o ideal seria que as adjudicações fossem feitas "com mais tempo, noutras circunstâncias".
Ainda assim, disse acreditar que terão sido cumpridos "os limites legais".
Marcelo respondeu ainda às críticas sobre o investimento do Estado na JMJ e reiterou que "se é importante verdadeiramente para a projeção universal de Portugal e nomeadamente para o turismo, se tem o eco que aparentemente vai ter" com a vinda de mais de um milhão de peregrinos para todo o país", esse investimento pode ser entendido como "uma grande campanha de marketing para Portugal".
O tema dos ajustes diretos feitos no âmbito da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) marcou a atualidade política no sábado, com a Iniciativa Liberal (IL) e o Bloco de Esquerda (BE) a acusarem o Governo de falta de transparência. No entanto, a ministra adjunta e dos Assuntos Parlamentares, Ana Catarina Mendes, garantiu que foi cumprida "à risca a legalidade".
O Governo e os municípios de Lisboa e Loures já assinaram contratos num total de 36,6 milhões de euros para a realização da JMJ, representando 49% do gasto previsto pelas três entidades.
Dos 73 contratos adjudicados pela capital, 67 foram realizados através de ajuste direto e, no caso de Loures, de 32, 30 foram adjudicados com este sistema. No que toca ao Estado, recorreu ao ajuste direto para 27 de um total de 30 contratos, segundo os dados consultados pela agência Lusa no Portal Base da Contratação Pública.
Sublinhe-se que mais de um milhão de pessoas são esperadas em Lisboa para a Jornada Mundial da Juventude, com o Papa Francisco, de 1 a 6 de agosto, naquele que é considerado o maior acontecimento da Igreja Católica.
[Notícia atualizada às 14h42]
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