Semana das Migrações reflete sobre "fenómeno incontornável"
As migrações são um "fenómeno incontornável", que pode "servir de instrumento para uma maior justiça social", defende a Comissão Episcopal da Pastoral Social e das Mobilidade Humana (CEPSMH), que até domingo promove a 51.ª Semana Nacional das Migrações.
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País Migrações
"Livres de escolher se migrar ou ficar" é o tema que inspira esta semana, culminando, no sábado e no domingo com a Peregrinação do Migrante e do Refugiado, no Santuário de Fátima, presidida pelo arcebispo de Luanda, Filomeno Dias Vieira.
Esta peregrinação, considerada uma das maiores do ano à Cova da Iria, contando tradicionalmente com muitos emigrantes portugueses que se encontram no país em gozo de férias, bem como com um crescente número de imigrantes radicados em Portugal.
A CEPSMH, presidida pelo bispo de Santarém, José Traquina, está a dinamizar, entretanto, o desafio criado pelo Dicastério para o Desenvolvimento Humano Integral, que, com base nalgumas premissas, interpela os cristãos com outras tantas questões: O que pode ser feito para tornar a migração uma das alternativas e não a única escolha, o que está a ser feito para criar um mundo de justiça e de paz para todos e o que é preciso fazer para que todos tenham acesso ao desenvolvimento humano integral.
Numa nota emitida a propósito desta Semana Nacional das Migrações, a Comissão Episcopal lembra as notícias que despertam a "sensibilidade diante da tragédia de migrantes e refugiados que perdem a vida na travessia do Mediterrâneo. Uma tragédia que, por se repetir, corre o risco de se banalizar".
Evocando uma mensagem do Papa Francisco, defendendo que deveria ser garantido a todos o direito a não ser forçado a emigrar, o direito de cada pessoa poder viver em paz e de um modo digno na sua própria terra, no seu meio, entre a própria família e realizar-se pessoalmente, a CEPSMH admite que "não é realista pensar que nesta geração esse direito seja garantido para todos", pelo que há que "garantir também o direito a sair da sua terra e emigrar para ter acesso a uma vida digna".
"As migrações são, por isso, um fenómeno incontornável, que pode servir de instrumento para uma maior justiça social, concretizar o princípio pilar da doutrina social da Igreja: o destino universal dos bens da Terra", acrescenta a Comissão Episcopal.
Quanto à peregrinação internacional de 12 e 13 de agosto, ocorre uma semana após a segunda visita do Papa Francisco ao Santuário de Fátima, onde esteve no sábado no âmbito da sua deslocação a Portugal para a Jornada Mundial da Juventude.
As cerimónias serão presididas pelo arcebispo de Luanda, Filomeno Dias, que durante a tarde de sábado dará uma conferência de imprensa sobre a situação das migrações e na qual deverá abordar, em concreto, a situação vivida em África.
A recitação do terço, na Capelinha das Aparições, a partir das 21:30, seguida de procissão de velas e liturgia da Palavra, no altar do recinto, completam o programa do primeiro dia.
No domingo, e depois de uma noite de vigília, será novamente recitado o terço, na Capelinha, a partir das 09:00, a que se seguirá a missa, a bênção dos doentes, a consagração e a procissão do Adeus.
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