"O que vi hoje demonstra que estamos prontos, estamos preparados, e tenho vindo a verificá-lo no terreno nas visitas que tenho feito aos contextos onde essas capacidades têm vindo a ser mobilizadas, seja durante os incêndios e em contextos de emergência variada, como inundações ou sismos, tal como aconteceu recentemente com Marrocos, com a evacuação de nacionais durante a emergência sísmica", disse à Lusa Helena Carreiras, à margem de uma visita ao RAME, cujo comando operacional está sediado em Abrantes (Santarém).
A governante visitou o Centro de Operações de Apoio Militar de Emergência e verificou presencialmente, um a um, todo o dispositivo e capacidades do Exército instaladas para responder a "ameaças cada vez mais complexas", em cenários "críticos" e que vão para além das "atividades militares tradicionais", sendo as mesmas compostas por nove valências e 37 módulos, divididos por 32 unidades militares em todo o país, continente e ilhas.
As nove valências de Apoio Militar de Emergência são compostas pela Defesa NBQR, Apoio Sanitário, Segurança e Vigilância, Engenharia Militar, Comando, Controlo e Comunicações, Manutenção e Transportes, Reabastecimento e Serviços, e Busca e Salvamento Terrestre, integrando um total de 37 módulos, que estiveram hoje todos em Abrantes, antecipando o exercício nacional Fénix 2023, que vai decorrer em novembro, e onde todas as valências vão testar de forma conjunta a capacidade de resposta aos efeitos de um sismo.
O exercício Fénix 2023 vai testar, de 20 a 24 de novembro, um "cenário de resposta a um evento sísmico com ocorrência de tsunami, caracterizado por sub cenários com multivítimas, risco de contaminação/poluição industrial e quebra no normal funcionamento das infraestruturas civis".
Na visita ao RAME, acompanhada do Chefe de Estado Maior do Exército, do comandante da unidade militar de emergência e do presidente da Câmara Municipal de Abrantes, Helena Carreiras afirmou que o RAME representa uma "expansão das atividades militares tradicionais" que "tem vindo a revelar-se cada vez mais importante dada a natureza das ameaças (...), cada vez mais complexas, e que ultrapassam a tipologia militar tradicional".
Criado em novembro de 2016, com o início da atividade operacional no Quartel de São Lourenço, um espaço de 37 hectares situado em Abrantes, no Centro do país, o RAME prepara e coordena o apoio em situações de emergência que envolvam um número elevado de desalojados, riscos tecnológicos, atos terroristas, contaminação do meio ambiente, incêndios florestais, cheias e inundações, sismos e erupções vulcânicas.
A governante destacou ainda a importância da formação em ciência e tecnologia, e das partilha de experiências com outras entidades, destacando que Portugal está a coordenar o projeto europeu 'AMIDA', que envolve também Espanha, França e Áustria, e que visa criar um programa tecnológico de "automatização do mapeamento sobre os terrenos urbanos".
Segundo fonte do Exército, o AMIDA-UT pretende que "um ou vários drones, atuando em coordenação e sobrevoando a área de atuação, isoladamente ou em conjunto, captem imagem e dados requeridos, que são depois fundidos com informação de outras fontes (imagem satélite, cartografia digital, Google/Bing/Apple Maps) para criar modelos digitais do terreno, detetando, identificando e caracterizando automaticamente as infraestruturas existentes".
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