"Já o afirmámos anteriormente e repetimo-lo. Por mais esforços que façamos não conseguimos encontrar qualquer racional económico ou outro para esta decisão. Até na perspetiva dos neoliberais que tanto vociferam contra o investimento público na TAP, teremos que lhe lembrar que quanto mais valorizada estiver a companhia, mais o Estado recuperaria do tal investimento que eles tanto condenam", apontou, em comunicado, o Sitava.
A estrutura sindical notou que mesmo para os que defendem a venda da TAP "ao desbarato, este não é claramente o momento de a privatizar".
Segundo a mesma nota, a TAP está agora a recuperar da sua maior crise, tendo o Estado feito um "avultado investimento", à semelhança do que é realizado em todo o mundo.
Neste sentido, o sindicato lembrou que o valor de um ativo é tanto mais elevado "quanto mais elevado for o seu património e lucrativos os proveitos do seu negócio".
Contudo, defendeu que o Governo, ao lançar um novo processo de privatização neste momento, ou "não sabe fazer contas e está deliberadamente a causa danos avultados ao país e aos portugueses, ou então o Governo considera que a TAP é um 'ativo tóxico' e quer livrar-se dele o mais rapidamente possível".
O Governo anunciou hoje a intenção de alienar pelo menos 51% do capital da TAP, reservando até 5% aos trabalhadores, adiantou o ministro das Finanças, Fernando Medina, no final do Conselho de Ministros.
"Esta é a percentagem mínima" da alienação, destacou.
O governante, que deu conta da aprovação de um diploma neste sentido, indicou que o executivo procura um "investidor de escala" no setor aéreo no contexto da reprivatização da TAP, que voltou à esfera do Estado durante a pandemia.
Na semana passada, no parlamento, o primeiro-ministro, António Costa, colocou a hipótese, entre diferentes cenários, de se privatizar a totalidade do capital da TAP, apesar de indicar que o montante ainda não tinha sido definido e que irá depender do parceiro escolhido.
Leia Também: Governo dá mais um passo. Quer privatizar, "pelo menos, 51%" da TAP