Do "sobressalto incerto" ao "amigo" de Costa. O que se escreve lá fora?

A política portuguesa enfrenta agora uma nova polémica, que surge no âmbito do inquérito dirigido pelo Ministério Público (MP) aos negócios do lítio e hidrogénio verde.

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© PATRICIA DE MELO MOREIRA/AFP via Getty Images

Notícias ao Minuto
07/11/2023 13:50 ‧ 07/11/2023 por Notícias ao Minuto

País

Crise política

Portugal ‘acordou’ esta terça-feira com uma nova polémica que envolve buscas nos ministérios do Ambiente e das Infraestruturas – e também à residência oficial do primeiro-ministro.

Mas a imprensa nacional não é a única a dar destaque a esta situação, que já fez com que alguns líderes, como o líder da IL, Rui Rocha, ‘abrissem’ a porta ao primeiro-ministro, António Costa – referindo mesmo que se não houvesse demissão, a possibilidade de dissolução do Parlamento deveria estar em cima da mesa.

Em Espanha, a publicação El País começa por referir que “a política portuguesa acaba de sofrer um sobressalto ainda incerto”. Explicando a situação, o diário refere um dos visados, Diogo Lacerda Machado, como um “grande amigo do primeiro-ministro” – dando mesmo o exemplo da sua participação no processo de nacionalização da TAP.

O El Mundo faz também referência à situação, e, tal como a publicação espanhola acima referida, nota que as buscas decorrem em mais de 40 locais distintos, entre os os ministérios das Infraestruturas e do Ambiente e Ação Climática, Palácio de São Bento e residência oficial do primeiro-ministro.

A polémica chegou também ao Brasil, onde destacam também que esta é “a primeira vez que promotores nomeiam supostos envolvidos”. O g1 refere ainda as reações dos partidos.

No âmbito de inquérito , que é dirigido pelo Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP), estão a ser "realizadas diligências de busca para identificação e apreensão de documentos e outros meios de prova", num total de 17 buscas domiciliárias, cinco buscas em escritório e domicilio de advogado e 20 buscas não domiciliárias, designadamente em espaços utilizados pelo chefe do gabinete do primeiro-ministro, no Ministério do Ambiente e da Ação Climática, no Ministério das Infraestruturas, na Secretaria de Estado da Energia e Clima, na Câmara Municipal de Sines e nos espaços de outras entidades públicas e de empresas.

As diligências estão a ser executadas com o apoio operacional de elementos da Polícia de Segurança Pública (PSP) e da Autoridade Tributária e Aduaneira (AT), num total de 155 polícias e nove elementos da AT. Nas buscas participam ainda 17 magistrados do MP, três magistrados judiciais, dois representantes da Ordem dos Advogados, cerca de 145 elementos da PSP e nove da AT.

As buscas nos espaços utilizados pelo chefe do gabinete de Costa estão a ser acompanhadas por juiz de Instrução Criminal. 

A PGR já confirmou oficialmente que o chefe de gabinete do primeiro-ministro, Vítor Escária, o presidente da Câmara de Sines, Nuno Mascarenhas, dois administradores da sociedade Start Campus e um consultor foram hoje detidos no âmbito do inquérito dirigido pelo Ministério Público do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) aos negócios do lítio e hidrogénio verde.

Leia Também: Galamba constituído arguido. Costa investigado pelo Supremo

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