Miguel Sousa Tavares teceu duras críticas à Procuradora-Geral da República, considerando que Lucília Gago deve apresentar a demissão, na sequência da Operação Influencer, que levou à saída do primeiro-ministro e à dissolução da Assembleia da República.
Em declarações na CNN Portugal, esta terça-feira, o comentador voltou a lamentar a ausência de esclarecimentos ao país por parte do Ministério Público (MP).
"[Lucília Gago] não deu nenhum esclarecimento ao país. Absolutamente nenhum. Nem sequer tugiu, nem mugiu. Está ali a fazer um papel decorativo, que aliás tem feito ao longo do seu mandato", criticou.
"Demonstrou que não supervisiona os inquéritos dos procuradores, não tem uma palavra a dizer, fez aquele comunicado politicamente assassino em relação ao primeiro-ministro, é diretamente responsável pela crise politica que mergulhou o país, é politicamente responsável por ter derrubado um Governo eleito por uma maioria de portugueses. E, portanto, neste momento, eu só espero que ela faça aquilo que a dignidade do cargo exige que é apresentar a sua demissão", defendeu.
Recorde-se que Portugal vai ter eleições legislativas antecipadas a 10 de março do próximo ano, marcadas pelo Presidente da República, na sequência da demissão do primeiro-ministro.
António Costa demitiu-se depois de o MP ter revelado que este é alvo de uma investigação autónoma do Supremo Tribunal de Justiça sobre projetos de lítio e hidrogénio.
De realçar que as buscas da Polícia de Segurança Pública (PSP) e do Ministério Público, no âmbito desta operação, culminaram com a detenção de cinco pessoas - entretanto libertadas -, incluindo o chefe de gabinete do primeiro-ministro, Vítor Escária.
Já João Galamba, então ministro das Infraestruturas, que se demitiu no início desta semana, foi constituído arguido.
Leia Também: Comissão de Ética do BdP pronuncia-se: Centeno "cumpriu os seus deveres"