Gémeas? Após negar, Lacerda Sales diz não se lembrar se marcou consulta
O antigo secretário de Estado da Saúde assegurou não se recordar de ter agido pessoalmente ou através de terceiros, ainda que tenha prometido solicitar os referidos documentos à IGAS.
© Global Imagens
O caso das gémeas luso-brasileiras com atrofia muscular espinhal que foram tratadas com Zolgensma, um medicamento que custa mais de dois milhões de euros, no Hospital de Santa Maria, em Lisboa, adquiriu uma nova camada. É que, depois de ter negado qualquer intervenção, o ex-secretário de Estado da Saúde, António Larceda Sales, terá admitido que, afinal, não se recorda se marcou uma consulta para as meninas naquela unidade de saúde.
A informação foi revelada esta quarta-feira pela SIC Notícias, que disse ter apurado que a Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS), que está a averiguar o caso, terá na sua posse um documento enviado por uma secretária do antigo governante a solicitar a marcação de uma consulta para as gémeas no Hospital Santa Maria.
Contactado pelo canal televisivo, o antigo secretário de Estado da Saúde assegurou não se recordar de ter agido pessoalmente ou através de terceiros, ainda que tenha prometido solicitar os referidos documentos à IGAS.
Também esta quarta-feira, a ex-secretária de Estado Adjunta e da Saúde, Jamila Madeira, garantiu que nunca teve conhecimento do processo.
"Comigo, nada. Os casos clínicos não passavam pelo meu gabinete. À partida, não passariam pelo Ministério, mas pelo meu gabinete muito menos. Só questões de financiamento ou de coisas desse género. Nunca tive no meu gabinete nenhum pedido que viesse do gabinete do primeiro-ministro. Se havia noutros, não me posso pronunciar, isso não sei", disse, em declarações à Lusa.
Sublinhe-se que, também hoje, o primeiro-ministro, António Costa, reforçou que o seu gabinete fez "o que habitualmente faz" com o expediente recebido pela Casa Civil da Presidência da República, ou seja, reencaminhou-o "para os Ministérios competentes em razão da matéria".
Já o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, reiterou não ter "nada a acrescentar" sobre o ofício, ainda que tenha ressalvado que, se disse que não falou com o filho, Nuno Rebelo de Sousa, é porque não o fez.
"O que disse, disse. Se, na altura, disse que não tinha falado, é porque não falei", asseverou.
Recorde-se que, na sua comunicação de segunda-feira, o chefe de Estado traçou a linha temporal da intervenção da Presidência no caso, depois de o programa da TVI Exclusivo ter dado conta de que as gémeas tinham sido tratadas em Portugal por influência de Marcelo Rebelo de Sousa, que terá recebido um alerta por parte do filho.
De notar ainda que, segundo confirmou a Procuradoria-Geral da República (PGR) ao Notícias ao Minuto, "o processo encontra-se em investigação no Departamento Central de Investigação e Ação Penal Regional de Lisboa e, por ora, não corre contra pessoa determinada". O caso está também a ser averiguado pela IGAS, além de ser objeto de uma auditoria interna no Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Norte, do qual faz parte o Hospital de Santa Maria.
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