Portugal confia que "turbulência política" na Guiné-Bissau vai ser breve

O ministro dos Negócios Estrangeiros mostrou-se hoje "confiante" em que a turbulência política na Guiné-Bissau será rapidamente ultrapassada, salientando que Portugal continua a apoiar a consolidação das instituições guineenses.

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© Horacio Villalobos#Corbis/Corbis via Getty Images

Lusa
08/12/2023 21:32 ‧ 08/12/2023 por Lusa

País

Diplomacia

Questionado sobre o momento que se vive atualmente na Guiné-Bissau, depois das tensões política militares que culminaram na dissolução do parlamento, Gomes Cravinho sublinhou que o governo mantém contactos regulares com a comunidade portuguesa, que está "tranquila", e com as autoridades guineenses.

"Estamos confiantes de que este momento de alguma turbulência política será rapidamente ultrapassado e que haverá uma consolidação da estabilidade na Guiné-Bissau", declarou à agência Lusa à margem da cerimónia de entrega dos prémios 'Manuel António da Mota -- Uma Vida em Angola', que decorreu em Luanda.

O ministro salientou que Portugal apoia e continuará a apoiar a Guiné-Bissau de muitas maneiras, seja a nível eleitoral, seja a nível do Orçamento, seja na mobilização de outros interesses do sistema multilateral.

"A questão eleitoral é relativamente menor, tem a ver com a estabilidade do sistema político na Guiné-Bissau e todos nós enfrentamos essas conjunturas com normalidade", comentou, sublinhando que também Portugal se prepara para ir a eleições em breve.

"O nosso contributo será sempre, como tem sido, a favor da estabilidade e da consolidação das instituições da Guiné-Bissau", vincou.

O Presidente guineense decidiu, na segunda-feira, dissolver o parlamento, na sequência dos confrontos entre a Guarda Nacional e efetivos do batalhão do Palácio Presidencial, que considerou tratar-se de um golpe de Estado.

O Presidente da República tomou a decisão após uma reunião do Conselho de Estado.

Sissoco Embaló considerou "um golpe de Estado" o facto de a Guarda Nacional ter retirado o ministro das Finanças, Suleimane Seidi, e o secretário de Estado do Tesouro, António Monteiro, das celas da Polícia Judiciária, na noite de quinta-feira, detidos por ordem do Ministério Público devido a um alegado caso de corrupção.

Na sequência deste ato, geraram-se confrontos armados entre a Guarda Nacional e o batalhão da Presidência, que foi resolvido com a intervenção da Polícia Militar e que resultou na detenção do comandante da Guarda Nacional, Vitor Tchongo, e na morte de dois militares.

Imediatamente a seguir ao anúncio do Presidente da República observou-se, na cidade de Bissau, uma forte presença militar nas ruas, que deixou de ser visível à noite.

A Guiné-Bissau, um país lusófono com uma população de dois milhões de habitantes, é um dos mais pobres do mundo e é considerado um dos países mais corruptos do mundo.

Desde a sua independência de Portugal em 1974, o país tem passado por períodos de instabilidade marcados por tentativas de golpe de Estado.

Em fevereiro de 2022, Sissoco Embaló escapou a um golpe de força, que apresentou como uma tentativa de golpe de Estado diretamente ligada ao tráfico de droga.

Leia Também: Guineenses em Portugal apelam a Marcelo para ajudar a "travar" Sissoco

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