Primeiro mapa nacional de sem-abrigo permite "melhorar intervenção"

A ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social destacou hoje a capacidade de Portugal, pela primeira vez, mapear os casos de sem-abrigo, numa plataforma conjunta que vai permitir uma melhor intervenção das autarquias e da tutela.

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Lusa
20/12/2023 14:30 ‧ 20/12/2023 por Lusa

País

Ana Mendes Godinho

"Pela primeira vez passamos a ter informação sobre toda a realidade do país, ou seja, sobre todos os concelhos para ter um conhecimento real da situação", afirmou a ministra, comentando a síntese de resultados do Inquérito de Caracterização das Pessoas em Situação de Sem-Abrigo para o ano de 2022, divulgada hoje pela Lusa.

No total, "foram sinalizadas 10.773 pessoas em situação de sem-abrigo", num primeiro levantamento em todos os municípios de Portugal continental.

Destas, 5.975 viviam na condição de sem-teto, ou seja, a viver na rua, num abrigo de emergência ou noutro local precário, enquanto as restantes 4.798 não tinham casa e viviam num alojamento temporário.

"Esta recolha foi feita com base nos dados de 2022", porque "passamos a ter uma plataforma para, em tempo real, saber exatamente quem são as pessoas, qual é a situação e onde estão", permitindo também "uma capacidade de resposta em função das situações concretas das pessoas".

A partir de agora, com este levantamento, "passam a ser os próprios municípios e os núcleos locais de acompanhamento que carregam e colocam informação na plataforma para melhor conhecimento da realidade e maior capacidade de intervenção", afirmou a governante, que não comentou os números.

À agência Lusa, o coordenador da Estratégia Nacional para a Integração das Pessoas em Situação de Sem-Abrigo (ENIPSSA) admitiu que quantitativamente há um aumento em relação a 2021, mas apontou como explicação o facto de, pela primeira vez, todos os municípios terem preenchido o questionário que permite fazer o levantamento do número de pessoas sem-abrigo.

Segundo os dados apurados, existem pessoas sem-abrigo em 156 dos concelhos (57%), sendo que nos restantes 118 não houve qualquer registo.

O fenómeno está disperso um pouco por todo o território nacional, "com concentração substancial nas áreas metropolitanas de Lisboa e do Porto".

"Observa-se que estes territórios concentram 56% do valor total de pessoas em situação de sem-abrigo", lê-se no relatório, que acrescenta que "50% dos concelhos tem, no máximo, 10 pessoas nessa situação e 21% tem até duas pessoas em situação de sem-abrigo".

Leia Também: Mais de 10.700 pessoas viviam como sem-abrigo em 2022

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