O ministro da Administração Interna (MAI), José Luís Carneiro, falou, esta quarta-feira, sobre os protestos dos polícias junto ao Capitólio, que aconteceram na segunda-feira, enquanto decorria o debate entre Pedro Nuno Santos e Luís Montenegro.
"Fundamentalmente, o que está a acontecer é que a própria Direção Nacional da Polícia de Segurança Pública [PSP] e o Comando-Geral da Guarda Nacional Republicana [GNR] têm estado em articulação com a Inspeção Geral da Administração Interna [IGAI] para procurarem avaliar os fatos e, depois, em função dos fatos apurados, determinar os procedimentos a adoptar", considerou o ministro, em Lisboa.
Questionado sobre se a situação foi um ato de indisciplina das forças de segurança, José Luís Carneiro remeteu para a investigação, anunciada hoje: "O inquérito tem essa função: apurar os fatos e em função dos fatos, decidir sobre os mesmos. Classificá-los na sua natureza e depois proceder em relação a esses fatos. Vejo com bons olhos a decisão que foi tomada pela plataforma", que junta sindicatos da PSP e associações da GNR e que esta quarta-feira a anunciou o adiamento do encontro nacional de polícias para depois das eleições legislativas, inicialmente marcado para 2 de março.
O ministro lembrou ainda que atualmente é "um tempo de apresentação de propostas" dos diferentes partidos políticos e que se deve criar o ambiente democrático "adequado".
Após uma concentração que juntou na Praça do Comércio cerca de 3.000 elementos da PSP e da GNR, muitos seguiram para o cineteatro Capitólio, onde decorreu o debate eleitoral entre os líderes do PS e do PSD, numa marcha espontânea que não foi autorizada.
Já esta quarta-feira, a IGAI declarou a abertura de um inquérito, pedindo à PSP e GNR para esclarecerem o que se passou na segunda-feira na concentração de polícias junto ao Capitólio, em Lisboa, durante o debate eleitoral entre os lideres da AD e PS.
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