MNE dá exemplo da conversão da dívida de Cabo Verde em investimento verde

O ministro dos Negócios Estrangeiros afirmou hoje ter dado como exemplo, perante os chefes de diplomacia das 20 maiores economias do mundo, o projeto que Portugal tem com Cabo Verde sobre dívida abatida com investimento verde.

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Lusa
22/02/2024 19:26 ‧ 22/02/2024 por Lusa

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G20

"Iniciámos com Cabo Verde um processo inovador e útil possivelmente para outras partes do mundo", disse João Gomes Cravinho, num balanço sobre o segundo e último dia de reuniões do G20, na cidade brasileira do Rio de Janeiro.

O processo de Portugal e Cabo Verde, explicou o ministro português, faz com que "a dívida de Cabo Verde vai sendo abatida de acordo com os investimentos que Cabo Verde vai fazendo em matéria de transição Verde".

João Gomes Cravinho reforçou ainda a importância de trabalhar esta temática global, "muito importante para muitos países de resolução do seu problema de dívida, ao mesmo tempo que criamos espaço fiscal para a questão dos investimentos necessários para as alterações climáticas".

 Durante dos últimos dois dias o Rio de janeiro foi palco de debates entre as maiores economias do mundo sobre os conflitos internacionais, mas também sobre a urgência de reformas na governança global.

As reformas da governança global foi precisamente o tema tratado hoje, segundo e último dia das reuniões, sendo que a posição portuguesa está em linha com a do Governo brasileiro, que considerou como uma das suas prioridades para a presidência do G20 a necessidade de reformas nas instituições de governança global, como nas Nações Unidas, Organização Mundial de Comércio e bancos multilaterais.

As discussões no dia de hoje serviram ainda para estabelecer uma base de trabalho que será aprofundada numa segunda reunião de ministros dos Negócios Estrangeiros a realizar em setembro, em Nova Iorque, no âmbito da Assembleia das Nações Unidas, num evento sem precedentes no G20.

O Brasil, que assumiu a presidência do G20 a 01 de dezembro de 2023, é o anfitrião do encontro de dois dias que reuniu os máximos responsáveis diplomáticos das 20 maiores economias do mundo, como o secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, o chanceler russo, Sergei Lavrov, mas também o Alto Representante da União Europeia para os Negócios Estrangeiros e e Vice-Presidente da Comissão Europeia, Josep Borrell, os responsáveis da União Africana, autoridades dos países convidados da presidência brasileira, como o ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal, João Gomes Cravinho, e representantes de doze organizações internacionais.

O secretário-executivo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), Zacarias da Costa, marcou igualmente presença a convite do Brasil, assim como Angola, que se faz representar pelo ministro de Estado para a Coordenação Económica, José de Lima Massano.

As prioridades da presidência brasileira para o seu mandato à frente do G20 são o combate à fome, à pobreza e à desigualdade, o desenvolvimento sustentável e a reforma da governança global, nomeadamente do Conselho de Segurança das Nações Unidas, algo que tem vindo a ser defendido por Lula da Silva desde que tomou posse como Presidente do Brasil, denunciando o défice de representatividade e legitimidade das principais organizações internacionais.

O Brasil, que exerce a presidência do G20 desde o primeiro dia de dezembro de 2023, convidou Portugal, Angola, Egito, Emirados Árabes Unidos, Espanha, Nigéria, Noruega e Singapura para observadores da organização.

Leia Também: Moçambique. Transição energética financiada por público, privado e dívida

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