José Cesário, secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, revelou, este domingo, que o Governo não tem "qualquer informação relativamente a qualquer incidente que tenha atingido portugueses" após o ataque de Teerão contra Israel e que 47 portugueses que se encontram no Irão "estão a sair" do país num processo que está "a decorrer com relativa normalidade".
Em declarações à CNN Portugal, José Cesário disse que o Governo tem "vindo a ter contacto com vários cidadãos" portugueses "quer em Israel, quer noutros países".
"Temos também a existência de portugueses no Irão e, neste momento, sabemos que os que estão no Irão estão a sair e os que estão em Israel, naturalmente, aguardam de acordo com as orientações das autoridades israelitas", disse, precisando que são 47 os portugueses a deixar o Irão.
"Estamos a acompanhar esta situação. A nossa embaixada em Teerão está atenta, o nosso gabinete de emergência consultar também, estamos em contacto com a respetiva agencia de viagens. E, por aquilo que sabemos, esse processo de saída esta a decorrer com relativa normalidade. Tanto quanto sabemos serão, neste momento, 47", acrescentou.
Por sua vez, os cidadãos nacionais em Israel "devem aguardar em casa até haver condições para fazer o respetivo repatriamento".
"A comunidade portuguesa em Israel é muito grande, são mais de 30 mil pessoas, embora estejamos a falar, fundamentalmente, de cidadãos luso-israelitas, que estou convencido que, dificilmente, quererão sair de Israel", precisou. Contudo, há "alguns casos de cidadãos portugueses expatriados, que estão a trabalhar em Israel ou que estão em turismo", no país.
"Nós localizámos até ao momentos alguns, 14, mas evidentemente, isto é um processo evolutivo", disse.
"Aconselhamos toda a gente nestas circunstâncias, quem não fez o chamado registo do viajante, a contactar o Gabinete de Emergência Consular em Lisboa, onde estamos a centralizar toda esta operação", referiu, apelando ainda "à necessidade de manterem toda a calma". "Faremos tudo para os tirar de Israel", disse o governante, tendo referido, posteriormente, e já em declarações à Lusa, ) que "está tudo preparado se for preciso" retirar portugueses expatriados de Israel.
Face à tensão vivida no Médio Oriente, José Cesário precisou ainda: "Para já não temos qualquer informação relativamente a qualquer incidente que tenha atingido portugueses"
O Governo voltou a pedir que as pessoas se abstenham de viajar "quer para Israel, quer para aquela região" e pediu a todos os que estão nesses países a que se mantenham "em casa" e sigam as "recomendações das autoridades locais".
O espaço aéreo israelita, encerrado no sábado à noite pouco antes do ataque iraniano a Israel, reabriu às 07:30 locais (05:30 em Lisboa), anunciou a autoridade aeroportuária.
O portal na Internet do aeroporto dá conta de atrasos significativos, tanto nas partidas como nas chegadas.
O Irão lançou no sábado à noite um ataque com 'drones' contra Israel "a partir do seu território", confirmou o porta-voz do exército israelita num discurso transmitido pela televisão.
Numa mensagem na rede social X, a missão iraniana junto da ONU alegou que, "de acordo com o artigo 51.º da Carta das Nações Unidas sobre a legítima defesa, a ação militar do Irão foi uma resposta à agressão do regime sionista" contra as instalações diplomáticas iranianas em Damasco.
As tensões entre os dois países subiram nas últimas semanas, depois do bombardeamento do consulado iraniano em Damasco, a 01 de abril, no qual morreram sete membros da Guarda Revolucionária e seis cidadãos sírios.
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