Numa nota a propósito dos 50 ano do 25 de Abril, a estrutura liderada pelo juiz Pedro Vaz Patto considera que "também a falta de visão de futuro retira esperança e é, para muitos, condicionadora da liberdade".
"Condicionadora de oportunidades de uma vida digna; condicionadora da formação da família que muitos desejam e que não podem ter nos termos em que a sonharam; condicionadora da liberdade dos que pretendem fazer de Portugal a base da sua vida, mas sentem-se forçados a emigrar", acrescenta aquele órgão dependente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP).
A CNJP sublinha, por outro lado, que atualmente se vive "um tipo de condicionamento da liberdade de pensamento e de expressão que não deve ser ignorado".
"Das redes sociais ao espaço público, os silos ideológicos em que nos encerramos contribuem para o fechamento ao outro, para o aumento de discursos racistas, xenófobos ou de intolerância, e para o aumento de vozes pedindo políticas de muros", frisa a Comissão.
Com este diagnóstico, e "à luz das preocupações de Justiça e Paz", a Comissão Nacional anuncia "alguns caminhos que (...) dever ser trilhados como garantia de liberdade e de preservação da democracia", a começar por se "assumir a erradicação da pobreza e da luta contra as desigualdades e a exclusão social como missão coletiva de prioridade máxima".
"Promover uma cultura de igualdade e respeito pela individualidade do outro; colocar acima de quaisquer interesses partidários a resolução dos principais problemas dos portugueses para garantir a todos - sem excluir ninguém - um acesso equitativo aos direitos sociais como a saúde, a educação e a habitação; e promover políticas de longo prazo, sustentáveis e com consideração pela Casa Comum, que apostem na criação de melhores condições de trabalho, de remuneração e de vida para todos" são alguns dos caminhos preconizados pela CNJP.
Para aquele órgão, é também necessária a promoção de "uma cultura de escuta e de diálogo, de forma a preservar e valorizar uma sociedade plural assente no respeito e na fraternidade".
"A sociedade portuguesa viveu grandes transformações positivas nos últimos 50 anos", reconhece a comissão, que deixa o desejo de que o 50.º aniversário da revolução "reanime e comprometa" os portugueses "na construção diária da liberdade que assenta na fraternidade, na justiça e na paz".
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