O balanço foi hoje feito numa conferência de imprensa, na qual Américo Aguiar fez agradecimentos e falou dos grandes números do encontro da juventude, que trouxe o papa Francisco a Lisboa e mais 1,5 milhões de jovens de todo o mundo.
Américo Aguiar disse que chegou a esperar um resultado positivo de apenas três milhões de euros e até temeu que a iniciativa trouxesse prejuízo.
Os 35 milhões serão posteriormente aplicados no desenvolvimento de projetos de apoio a jovens, especialmente nos concelhos de Lisboa e Loures.
O bom resultado deveu-se, disse, ao número de inscritos na JMJ, que na reta final ultrapassou as expectativas, mais de 400 mil, bem como ao apoio do Estado, das empresas e particulares, incluindo o voluntariado, e também a "uma gestão austera".
Os donativos ascenderam a 11 milhões e euros, entre particulares e empresas, sendo que várias empresas doaram serviços e produtos, mas não dinheiro, precisou Américo Aguiar, que vai ser substituído na presidência da Fundação JMJ Lisboa 2023 pelo padre Alexandre Palma, a partir de julho, conforme anunciou hoje o patriarca de Lisboa, Rui Valério.
Alexandre Palma, também presente na conferência de imprensa, disse que o dinheiro arrecadado "é dos jovens" e explicou que o foco da Fundação é a promoção da infância e da juventude.
O capital será posto a render e a Fundação irá redistribuir os proveitos desse rendimento, apoiando obras de promoção da infância e juventude, afirmou.
Américo Aguiar falou do passado, desde a candidatura de Portugal para organizar a JMJ, da covid-19 e do adiamento da iniciativa por um ano, da preocupação do Papa Francisco sobre a reação dos jovens a uma JMJ após a pandemia, dos apoios de empresas à iniciativa, e da concretização da jornada, passando pela reconversão de todo o espaço do Parque Tejo, entre Lisboa e Loures.
E deixou muitos agradecimentos, incluindo à população da capital, afirmando e repetindo que os portugueses, quando têm um desafio são capazes e fazer "o melhor".
No final da conferência de imprensa, depois de recordar que a JMJ esteve inicialmente prevista para o aeródromo de Alverca, e de lembrar uma visita liderada pelo Presidente da República ao Parque Tejo, quando este tinha mato e estava vedado, ofereceu simbolicamente a Alexandre Palma uma cruz que usava na lapela alusiva à JMJ.
Dados oficiais da JMJ divulgados hoje precisam que a Fundação iniciou 2023 com 4,390 milhões de euros em caixa e bancos, tendo terminado o quarto ano de atividade, a 31 de dezembro de 2023, com saldo positivo de 35,374 milhões de euros.
Em 2023, segundo os números divulgados, foram obtidos rendimentos de 74,266 milhões de euros, mais 13,7% que o orçamentado, e foram realizados gastos no valor de 43,075 milhões de euros.
"Os fluxos operacionais resultaram em 30,983 milhões de euros, tendo havido recebimentos de 67,137 milhões euros, 100% provenientes de contribuições/inscrições e doações para o encontro", diz o documento.
A JMJ é um encontro de jovens de todo o mundo com o Papa e foi instituído por João Paulo II em 1985. A próxima edição será na Coreia do Sul em 2027.
[Notícia atualizada às 18h55]
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