Joana Bordalo e Sá, presidente da Fnam, falava à Lusa a propósito da aprovação hoje pelo Governo de uma revisão do regime de admissão de médicos, que determina que os concursos sejam da responsabilidade das unidades de saúde, prevendo ainda que serão abertas mais 40% de vagas face ao número de recém-especialistas.
Segundo a dirigente da Fnam, o Governo "tardou em abrir os concursos" a nível nacional para admissão de especialistas até 07 de junho, o que permitiria colocar rapidamente os médicos que se formaram em março.
"Agora, a regra são medidas apressadas de um decreto-lei (do Governo) feito para que os médicos ingressem na carreira", criticou Joana Bordalo e Sá, observando que foi tudo "feito à pressa e sem ter atenção as sugestões deixadas pela Fnam" numa reunião com o Ministério da Saúde em 05 de junho.
A federação concorda que o modelo de colocação de especialistas tem de ser alterado, mas que esta "não é a forma, nem o 'timing'" adequado.
Alertou ainda para a eventual "falta de transparência" que o novo regime de admissão de médicos pode criar, ao ficar tal procedimento em "cada administração" das unidades de saúde.
Quanto ao facto de o Governo anunciar a abertura de mais 40% de vagas, a presidente da FNAM contrapôs que isso não adianta se "não forem tomadas medidas para melhorar as condições salariais, de trabalho e progressão na carreira" destes profissionais.
A Fnam, antevendo a decisão de hoje do Governo, já tinha alertado que o Ministério da Saúde é "inflexível, atrasa e prejudica colocação de médicos no Serviço Nacional de Saúde (SNS)", ao rever o regime de admissão de recém-especialistas "de forma apressada e desprovida de qualquer rigor".
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