Raquel Barros tem 18 anos e mora em Oeiras. O seu sonho é ir para a Universidade de Aveiro, em setembro, estudar Marketing, mas não tem dinheiro para pagar todos os custos associados ao curso.
Decidida a não baixar os braços, apesar das dificuldades, a jovem, que frequentou a Escola Profissional Val do Rio, no Estoril, prometeu a si mesma que "iria alcançar esse objetivo, custasse o que custasse, e que faria o possível e o impossível para realizá-lo".
Assim, no seu tempo livre, começou a vender pastilhas para juntar dinheiro, há cerca de três semanas. "Algumas pessoas podem pensar que vender pastilhas é uma perda de tempo e que não conseguirei o dinheiro necessário, mas acredito que, com esforço e dedicação, vou conseguir", afirma a estudante, no Linkedin.
Desta vez, Raquel, que nunca foi de "ficar parada à espera que as coisas acontecessem", arranjou uma caixa, escreveu num papel que estava a vender as pastilhas a 1 euro, agrafou o papel à caixa, comprou as pastilhas e começou a vender.
"Alguns dias vendo mais, outros vendo menos, mas tento não voltar para casa enquanto não vender tudo, embora nem sempre seja possível", admite a jovem, que se auto-intitula "a menina das pastilhas", acrescentando que, “às vezes as pessoas não têm dinheiro consigo", mas só de darem “um sorriso e desejarem boa sorte” já a motivam a continuar.
Para já, Raquel só consegue vender as pastilhas no seu tempo livre e aos fins de semana, no Parque dos Poetas, mas quando terminar o estágio que está a fazer, pretende dedicar "todos os dias à venda".
Entretanto, a jovem também criou um crowfunding onde "toda a ajuda é bem vinda" para a ajudar a alcançar o sonho de ir para a faculdade. Até ao momento já conseguiu angariar mais de 8.500 euros, sendo parte desse dinheiro fruto da venda das pastilhas.
Também no Linkedin, a Lusiteca - Produtos Alimentares, SA anunciou que juntou-se à causa e contribuiu com "um vasto sortido de pastilhas e chupas Gorila mas também com incríveis produtos Penha".
Assim, atualmente, "tudo o que vender é lucro" e, para além das habituais pastilhas, vende ainda chupa-chupas (dois a um euro) e rebuçados (10 a 1 euro). Tudo para chegar a 22 mil euros que necessita para os três anos de licenciatura.
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