A associação Ajuda a Alimentar Cães lançou uma petição a pedir que o lince do deserto, apreendido no início do mês pela Guarda Nacional Republicana (GNR), na ilha da Madeira, seja restituído à tutora.
Garante a associação que Bores é "um autêntico gato", domesticado desde bebé, e que "não vai sobreviver sem o ambiente que estava habituado e sem a sua família".
A Ajuda a Alimentar Cães diz ainda o animal foi retirado do "ambiente tranquilo onde viveu durante seis anos" e que, neste momento, encontra-se numa "jaula pequena, fechada, completamente triste, stressado e depressivo", num espaço de "diversão, cheio de barulho todos os dias".
"Ele não está melhor do que estava. Está muito pior", afiançam, acrescentando que o animal selvagem vivia "dentro de uma quinta em liberdade e completamente segura", assim como convivia com "outros animais e humanos desde que nasceu" e tinha uma alimentação "adequada à sua espécie” e era acompanhado por veterinários".
Nota ainda a associação que Bores "foi adquirido em bebé, antes da consciência sobre o bem-estar animal. Foi um erro cometido de forma inconsciente, sem má índole e sem qualquer tentativa de exploração".
Como não pode regressar à natureza, "porque jamais sobreviveria", o mais provável, segundo o mesmo grupo de voluntários, é que seja entregue a um Zoológico, "onde vai sofrer de stress, tédio e confinamento" e estar "aprisionado para o entretenimento dos humanos".
Apesar de pedir que o Bores seja devolvido à família que o criou, a associação admite que a dona tem de "prestar informações periódicas sobre o estado de saúde" do animal, "facilitar o acesso das autoridades ao local onde ele vive" para ser comprovado que ele está bem e ser punida para servir de exemplo a outras pessoas".
Por essa razão a Ajuda a Alimentar Cães lançou uma petição pública que já conta com mais de 10 mil assinaturas.
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