"Álvaro Monjardino foi uma das grandes referências da autonomia dos arquipélagos portugueses e um intransigente defensor do seu aprofundamento", afirma José Manuel Rodrigues (CDS-PP), numa nota enviada às redações, acrescentando que "deixa um legado doutrinário relevante para as novas gerações".
O presidente do parlamento madeirense refere ainda que o açoriano "colaborou em diversas iniciativas do parlamento da Madeira e participou presencialmente nos trabalhos da Comissão de Aprofundamento da Autonomia e Reforma do Sistema Político da Assembleia Legislativa".
"À família e ao povo açoriano, endereço as minhas sentidas condolências", lê-se na nota.
Álvaro Monjardino, que morreu na sexta-feira, aos 94 anos, na sua terra natal, nasceu em 06 de outubro de 1930, na freguesia da Conceição, em Angra do Heroísmo, na ilha Terceira.
Licenciado em Direito, foi filiado no PSD e exerceu vários cargos políticos, como deputado ao parlamento regional na I e II legislaturas (pelo círculo eleitoral da Graciosa) e na III legislatura (pelo círculo eleitoral da Terceira), tendo sido eleito presidente do parlamento açoriano nas duas primeiras Legislaturas (1976/1978 e 1979/1984).
Foi ainda vogal da Junta Regional dos Açores, na área da Coordenação Económica e Finanças, e ocupou o cargo de ministro-adjunto do primeiro-ministro no IV Governo Constitucional, chefiado por Carlos Mota Pinto (1978-1979).
Álvaro Monjardino foi também presidente da direção do Instituto Histórico da Ilha Terceira (1984-1999), sócio correspondente da Academia Portuguesa de História e um dos "principais obreiros" do processo que levou à classificação do centro histórico da cidade de Angra do Heroísmo como Património da Humanidade na lista da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO, na sigla em inglês).
Em 03 de setembro de 2021, por ocasião das comemorações dos 45 anos da autonomia regional, foi homenageado pela Assembleia Legislativa na inauguração da biblioteca do parlamento açoriano - designada desde essa data por Biblioteca Álvaro Monjardino -, numa cerimónia presidida pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.
O velório de Álvaro Monjardino teve início hoje pelas 14h00 locais (15h00 em Lisboa) na igreja da Misericórdia de Angra do Heroísmo, na ilha Terceira, e o funeral terá lugar no domingo, às 10h00 locais, informou a família.
Leia Também: Bispo de Angra destaca contributo de Monjardino para a "livre governação"