Fogo na Madeira. "Tínhamos mais meios, mas seriam meros espectadores"

Proteção Civil da Região da Madeira reage às críticas que têm sido feitas ao combate ao incêndio que está ativo há seis dias.

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© Facebook / Proteção Civil da Madeira

Notícias ao Minuto com Lusa
19/08/2024 09:26 ‧ 19/08/2024 por Notícias ao Minuto com Lusa

País

Madeira

O presidente da Proteção Civil da Região Autónoma da Madeira, António Nunes, reagiu, esta segunda-feira, em entrevista à SIC Notícias, às críticas que têm sido feitas ao combate ao incêndio que está ativo há seis dias na ilha da Madeira.

 

"Numa fase inicial, que começou na quarta-feira passada, nós tínhamos muitos mais meios disponíveis do que colocamos no terreno, mas não colocamos por uma questão de economia de esforço e porque não havia condições mínimas para que eles pudessem operar. Se colocássemos mais meios era para servir de meros espectadores daquilo que estava a acontecer", garantiu, acrescentando que "as condições do terreno são zonas de vales encaixados, muito íngremes, onde não é possível os bombeiros atuarem quer a pé, quer utilizando os meios mecânicos ou viaturas".

"Era totalmente desapropriado e desaconselhado que nós fizéssemos um ataque de outra forma que não fosse pelo meio aéreo", atirou o responsável.

Numa fase inicial, lembrou ainda António Nunes, a Madeira sofria também de "ventos fortes que não permitiam que o helicóptero [de combate aos incêndios] fosse utilizado da forma como gostaríamos que tivesse sido".

Quanto aos reforços que, posteriormente, chegaram à região, vindos do Continente e Açores, realçou o presidente da Proteção Civil que são "logicamente bem vindos", uma vez que "neste momento, as condições já permitem que as forças apeadas e esses meios terrestres possam intervir e fazer um ataque muito mais preciso e consistente" que, "até aqui não foi possível".

"Estamos agradecidos por realmente termos aqui apoio que nos permite aos bombeiros da Região Autónoma da Madeira terem também o seu merecido descanso, porque senão iam entrar em exaustão", sublinhou.

Duas frentes ativas e outro fogo

Sobre as estratégias para o combate ao fogo esta segunda-feira, António Nunes revelou que, no momento, está uma equipa no terreno a fazer "uma avaliação" para escolher a metodologia mais adequada para hoje.

De acordo com o responsável estão duas frentes ativas que "causam alguma preocupação, nas zonas altas da Encumeada e na zona do Paul da Serra, descendo em direcção à Ribeira da Tabua, no concelho da Ponta do Sol". No combate a estas duas frentes estão, neste momento, "77 operacionais e 25 veículos" que serão reforçados, com os meios que chegaram à região do Continente e Açores, assim como pelo meio aéreo.

Entretanto, os operacionais lidam ainda com outro incêndio, "que nada tem a ver com este fogo", que lavra há seis dias. "Começou ontem [domingo] na zona do Campanário" e está a ser combatido, neste momento, por 32 operacionais e oito veículos.

Apesar da frente de fogo na Ponta do Sol "apresentar algumas preocupações", nenhum dos incêndios está a ameaçar casas.

Vento baixou de intensidade

Apesar de o tempo continuar muito quente na Madeira, o vento baixou de intensidade, situação que o presidente da Proteção Civil destacou, entretanto, à agência Lusa, como favorável para combater o fogo.

"A temperatura não baixou significativamente, mas o vento acalmou muito, o que para nós é uma notícia muito bem-vinda, porque realmente o vento é um dos fatores que fazem com que o fogo se propague mais e que tenha as projeções que são muito inconvenientes", disse.

Desde o dia 14 de agosto (quarta-feira), mais de 500 profissionais, incluindo 400 bombeiros e 120 polícias florestais, foram destacados de forma rotativa para combater o incêndio rural que deflagrou na Serra de Água, no concelho da Ribeira Brava, e se estendeu aos municípios de Câmara de Lobos e Ponta do Sol, segundo a Proteção Civil do arquipélago.

Pelo menos 160 pessoas foram retiradas das suas habitações devido ao incêndio, tendo sido instalados em equipamentos públicos, mas muitas já regressaram ou estão a regressar a casa.

Leia Também: Imagens de satélite revelam dimensão dos incêndios na Madeira

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