Em declarações à agência Lusa em Díli, onde participou hoje nas comemorações dos 25 anos da realização do referendo pela independência de Timor-Leste, Nuno Sampaio referiu que o anterior Programa Estratégico de Cooperação (PEC), que termina no final deste ano "teve uma execução máxima" e até "ultrapassou o valor dos 70 milhões de euros que estavam programados".
"Aquilo que nós vamos tentar é que o próximo PEC continue a ser bem executado e se possível, com reforço de verbas. É um instrumento estratégico, mas também flexível e ao longo dos anos poderá ser sempre ajustado", disse o governante.
Questionado sobre as prioridades do novo PEC, o secretário de Estado referiu que serão o Governo e o povo de Timor-Leste a defini-las, mas o objetivo é "manter e procurar reforçar a aposta na educação, no ensino da língua portuguesa, na justiça e também em novas áreas, como na área da economia azul".
Em entrevista à agência Lusa na semana passada, o primeiro-ministro timorense, Xanana Gusmão, referiu que a prioridade na cooperação com Portugal é a Educação e a Justiça, sobretudo a formação de juízes, tendo em conta as dezenas de milhares de processos pendentes.
Sobre a data prevista para assinar o programa, Nuno Sampaio não avançou uma data, dizendo apenas que será "muito em breve".
O secretário de Estado participou hoje nas comemorações oficiais dos 25 anos da realização do referendo de 30 de agosto de 1999 e referiu que "Portugal foi sempre um parceiro" de Timor-Leste, "quer na luta da Independência, quer na construção da democracia" e "vai continuar a ser um parceiro no desenvolvimento".
"Este é um dia muito importante para Timor-Leste, todos nós recordamos o que é que foi a coragem, a resistência, a persistência deste povo para conseguir ter a sua independência", disse.
Em relação à evolução do país, Nuno Sampaio referiu que Timor-Leste "evidentemente tem dificuldades, tem constrangimentos", mas nestes 25 anos, "depois da lição que o povo deu ao mundo na luta pela Independência, tem dado uma lição na construção da democracia".
"Portugal vai continuar a estar na primeira linha dos parceiros de Timor-Leste para contribuir para um desenvolvimento sustentável em termos sociais e em termos económicos", disse, acrescentando que olha para este momento do país "com muita esperança".
Em 30 de agosto de 1999, 78,5% dos timorenses que votaram no referendo escolheram a independência do país e consequentemente o fim da ocupação da Indonésia, que invadiu Timor-Leste em 07 de dezembro de 1975.
Com o resultado do referendo, a Indonésia abandonou Timor-Leste, com as milícias pró-indonésias a deixarem um rasto de horror e violência, tendo entrado a autoridade de transição das Nações Unidas, que geriu o país até à restauração da independência, em 20 de maio de 2002.
Leia Também: Paulo Rangel anuncia primeira visita oficial a Timor-Leste