Na sequência da votação, o autarca de Gondomar, que assumirá a presidência da empresa a tempo inteiro a partir de janeiro, agradeceu "o voto de confiança" e falou num "processo muito lento, muito demorado".
Em causa está a criação da TMP, que irá gerir os contratos da rede Unir, a bilhética do Andante e terá as atuais competências da AMP em termos de mobilidade.
"Temos de recuperar a operação e a confiança dos cidadãos da Área Metropolitana", assumiu Marco Martins, agradecendo o contributo dado na origem do processo do concurso público de transportes a Avelino Oliveira (atual presidente da Ordem dos Arquitetos), Cristina Pimentel (atual presidente da Sociedade de Transportes Coletivos do Porto) e a vice-presidente da Câmara de Vila do Conde, Sara Lobão.
Marco Martins salientou que é necessário "arregaçar mangas" e lançar "mãos ao trabalho", falando também que este é "o maior 'incêndio' dos últimos tempos" na área dos transportes, ironizando que é "um homem com experiência na área" que o tentará 'apagar', já que é bombeiro e comissário distrital da Proteção Civil.
Foi também formalizado o mandato para indicar Carla Vale e Luís Osório como vogais da TMP, conforme tinha sido noticiado pela Lusa na quinta-feira.
Na estrutura da empresa, segundo os documentos a que a Lusa teve acesso, está ainda previsto que o presidente da mesa da assembleia-geral seja indicado pelo município do Porto, que o vice-presidente seja indicado pela AMP (no caso, será a primeira-secretária da Comissão Executiva, Ariana Pinho).
Já o secretário da mesa da assembleia-geral será indicado pela Sociedade de Transportes Coletivos do Porto (STCP), alternando a meio do mandato com uma indicação pela Metro do Porto.
Até ao final do ano será criada uma comissão instaladora da empresa, também liderada por Marco Martins.
Marco Martins (PS) assumiu a Câmara de Gondomar em 2013 e está atualmente no último mandato à frente da autarquia, não se podendo recandidatar a um próximo.
A criação da empresa metropolitana de transportes tem estado em discussão na AMP pelo menos desde 2020, defendida então pelo presidente Eduardo Vítor Rodrigues, mas só foi aprovada em novembro de 2023, um mês antes da entrada em operação da rede Unir.
Em abril deste ano, o Tribunal de Contas aprovou a constituição da sociedade da empresa metropolitana de transportes e mobilidade -- Transportes Metropolitanos do Porto (TMP).
A nova empresa de transportes da AMP deverá contar com cerca de 60 trabalhadores, dos quais três administradores, de acordo com um estudo económico-financeiro a que a Lusa teve acesso.
A empresa deverá integrar as valências do TIP - Transportes Intermodais do Porto, o agrupamento complementar de empresas (ACE) que gere o sistema Andante (participado em igual percentagem - 33,3% - pela CP, Metro do Porto e STCP), e as competências da AMP em termos de mobilidade e transportes.
A constituição da TMP vai ainda implicar a criação de dois órgãos consultivos: o Conselho de Mobilidade Metropolitana e o Conselho Consultivo das Tecnologias para a Mobilidade.
O capital social da empresa será de dois milhões de euros, integralmente subscrito pela AMP, mas cujo valor amealhado foi repartido pelos 17 municípios da AMP.
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