Na conferência de imprensa para apresentação da contraproposta à do Governo para as negociações do Orçamento do Estado para 2025 (OE2025), Pedro Nuno Santos foi questionado sobre o facto de não haver qualquer referência neste documento às três propostas que tinham anunciado sobre habitação para a classe média, pensões mais baixas e exclusividade de médicos.
"O Partido Socialista não deixará de apresentar propostas, mas fará sempre essa apresentação com a preocupação de garantir a estabilidade orçamental e a não deturpação do orçamento durante o processo da especialidade", afirmou.
Assim, o líder do PS compromete-se a fazer esse trabalho "com grande sentido de responsabilidade orçamental", sublinhando a importância da fase da especialidade e também o "custo também político relevante para o PS".
"Mas reservamo-nos o direito, obviamente, de podermos recuperar algumas propostas que não sentimos que estejam de forma clara, objetiva, inequívoca, apresentadas pelo Governo, mas sem nunca criar um desequilíbrio orçamental", referiu.
Segundo Pedro Nuno Santos, na contraproposta que o Governo entregou na véspera, estas "não são objetivas o suficiente para que o Partido Socialista possa dizer que elas estão cumpridas".
"Na leitura e na análise que fazemos elas não estão", começou por responder.
O secretário-geral do PS ressalvou que sempre disse que estas três propostas sobre habitação, pensões e exclusividade "não tinham o mesmo grau" que têm as medidas do IRC e do IRS Jovem.
"O que quer dizer que nós, na especialidade, reservamos também o direito do Partido Socialista para podermos apresentar algumas propostas neste sentido, mas sempre com um grande sentido de responsabilidade no processo da especialidade", enfatizou.
Na fase das perguntas dos jornalistas, Pedro Nuno Santos insistiu na ideia de que se está no caminho da viabilização do OE2025, considerando que é preciso "agarrar esta oportunidade" de ter um orçamento e "a estabilidade política garantida com a participação do Partido Socialista".
"E por isso nós estamos a dar este contributo numa perspetiva muito aberta, positiva e não vemos sinceramente nenhuma razão para que não haja abertura do Governo para aceitar as nossas propostas, nomeadamente no que diz respeito ao IRC", defendeu.
Para o líder do PS é preciso "encerrar este capítulo" e concentrar atenções em resolver os problemas do país.
"Obviamente que o orçamento não é uma questão menor, é a tradução financeira de uma determinada política e de várias políticas públicas e, portanto, não o podemos desvalorizar, mas há de facto um mundo para lá do orçamento e nós temos que encerrar este capítulo e avançar", apelou.
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