Peça furtada em Portalegre tinha "grande valor emocional"

A diretora da Manufatura de Tapeçarias Portalegre, Vera Fino, lamentou hoje o furto da peça "Le Roi Soleil", do Museu da Tapeçaria de Portalegre - Guy Fino, considerando tratar-se de uma peça com um "grande valor emocional".

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Lusa
10/10/2024 14:28 ‧ 10/10/2024 por Lusa

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Portalegre

"Quando o museu foi inaugurado [2001], pensámos em fazer uma sala em homenagem ao pintor Jean Lurçat, que tinha tido muita importância na manufatura, na internacionalização da tapeçaria de Portalegre", recordou.

 

A obra, de Jean Lurcat, falecido em 1966, fazia parte do acervo da instituição desde a inauguração, tendo sido produzida pela Manufatura de Tapeçaria de Portalegre.

Vera Fino indicou que a peça tem "entre 60 a 70 centímetros de altura", por "um metro e pouco, não chegando a 1,10 metros" de base. Sublinhou ainda que se trata de uma peça com "valor emocional", estando marcada na bainha com um número de ordem "como todas as tapeçarias" possuem e, na frente do número de ordem, com as iniciais MGF, do Museu Guy Fino.

A peça furtada no Museu da Tapeçaria de Portalegre - Guy Fino é propriedade da câmara municipal e "terá um valor de 17 mil euros", indicou hoje a presidente do município.

Em declarações aos jornalistas à margem da sessão de abertura do Portugal Air Summit, em Ponte de Sor, a autarca de Portalegre, Fermelinda Carvalho, disse que a peça de tapeçaria furtada estará avaliada em 17 mil euros.

"Foi adquirida [pela câmara] em 2001. É uma peça de pequena dimensão, daí, talvez, a facilidade no furto, mas estava bem presa. De qualquer maneira, não se percebe como é que a conseguiram roubar", sublinhou a responsável.

Fermelinda Carvalho relatou que dois colaboradores do museu detetaram que a tapeçaria tinha sido furtada, no domingo, cerca das 12:45, e alertaram a PSP, salientando que, naquele dia e até àquela hora, tinha entrado no espaço um grupo de 80 visitantes.

Esta peça "é propriedade do município, é uma pequena tapeçaria e encontrava-se no primeiro piso do edifício", adiantou a presidente da câmara, em resposta às perguntas dos jornalistas.

Segundo a autarca, o Museu da Tapeçaria de Portalegre - Guy Fino não dispõe nem nunca dispôs de sistema de videovigilância, havendo no edifício "apenas um sistema de [deteção de] intrusão".

"Nunca esperamos por estes acontecimentos e, às vezes, não estamos despertos" para possíveis furtos, reconheceu, revelando a intenção de "reforçar muito mais o nível de segurança" do espaço museológico.

Fermelinda Carvalho admitiu a possibilidade de recorrer a sistemas de videovigilância e à colocação de 'chips' antifurto nas peças para aumentar a segurança no museu, acrescentando que vão também acionar o seguro.

Entretanto, a Polícia Judiciária (PJ), através da Unidade Local de Investigação Criminal (ULIC) de Évora desta polícia, começou a investigar o furto, após uma comunicação feita pela PSP de Portalegre.

Resultado da iniciativa da câmara municipal, o Museu da Tapeçaria de Portalegre - Guy Fino recebeu, desde que foi inaugurado há 23 anos, cerca de 230 mil visitantes, sendo o espaço museológico mais visitado do concelho.

Inaugurado em 14 de julho de 2001, o museu presta homenagem ao industrial Guy Fino, que colocou Portugal na lista dos grandes produtores internacionais de tapeçaria artística, e enaltece também a arte contemporânea.

Leia Também: Peça furtada no Museu da Tapeçaria de Portalegre avaliada em 17 mil euros

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