"Não podemos olhar, de Portugal, para a emigração como a das décadas de 50/60 [do século XX]. Hoje, a diversidade é muito grande", disse Flávio Martins, recém-eleito presidente do Conselho Permanente (CP) do CCP, que hoje terminou o seu plenário mundial de três dias, em Lisboa.
E adiantou: "Está na hora de transpormos esse muro, de virarmos a página, de afirmar a quem vive em Portugal que lá fora não temos apenas gente que emigrou -- independentemente do seu valor --, mas também quem já nasceu fora deste país".
Para Flávio Martins, que assumiu a presidência do CP do CCP em 2016 e foi neste plenário mundial reeleito por unanimidade, uma das melhores formas das comunidades preservarem "o que de melhor tem Portugal" é apostar nos mais jovens, como os nascidos no exterior, mas que preservam a cultura do país dos seus pais.
Por essa razão, foi decidida a criação de uma comissão da juventude, para os conselheiros mais jovens.
Aplaudido de pé pelos conselheiros que hoje o elegeram, Flávio Martins terminou a sua intervenção afirmando: "Apenas queremos ser portugueses como qualquer uma e qualquer um neste país".
Presente nesta cerimónia de encerramento do plenário mundial, o secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, José Cesário, reiterou o que dissera na sessão inaugural: "É preciso mexer na legislação eleitoral".
"Vamos dar o nosso contributo nesta matéria que é, contudo, da competência da Assembleia da República, mas as pessoas não podem continuar a votar de uma forma numas eleições e de outra forma nas outras", observou.
Cesário considerou ser positivo se o voto eletrónico for aprovado, embora apenas após reunidas todas as condições para este ato ser feito em segurança.
A melhoria do funcionamento dos consulados e a continuação do apoio ao movimento associativo, aos órgãos de comunicação social na diáspora e o apoio social a quem passa por grandes necessidades, pois "há muita pobreza por esse mundo fora", foram ideias que Cesário transmitiu aos conselheiros.
Leia Também: Montenegro quer reforçar rede consular e ter português como língua da ONU