Moedas reitera necessidade de reforçar polícia e competências da Polícia Municipal

O presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas (PSD), reiterou hoje a necessidade de reforçar a polícia na cidade, apontando para um sentimento de insegurança e alertando para redução de agentes da Polícia de Segurança Pública comparativamente a 2010.

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© Flickr PSD

Lusa
24/10/2024 14:28 ‧ 24/10/2024 por Lusa

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Carlos Moedas

"Em 2010, Lisboa tinha mais de 8.000 Polícias de Segurança Pública e hoje tem 6.700, ou seja, a cidade de 2010 tinha mais policiamento que a cidade de 2024 e isso não pode continuar a acontecer", afirmou Carlos Moedas, destacando a importância do policiamento de proximidade e reforçando que a Polícia Municipal deve ter mais competências.

 

O autarca de Lisboa falava à saída da reunião do Conselho Metropolitano de Lisboa, encontro que ainda decorre, com a presença do ministro da Presidência, António Leitão Amaro, e da ministra da Administração Interna, Margarida Blasco, além dos autarcas dos 18 municípios que compõem a Área Metropolitana de Lisboa (AML).

Manifestando solidariedade e disponibilidade para apoiar os municípios da AML afetados por situações de desordem pública na sequência da morte de um homem baleado pela PSP, Carlos Moedas disse que, na cidade Lisboa, a noite de quarta-feira teve "um número de ocorrências normal", em que "não houve nenhum problema a assinalar de maior", registando apenas alguns caixotes do lixo incendiados.

Sem adiantar quais serão as conclusões desta reunião do Conselho Metropolitano de Lisboa, o social-democrata sublinhou que "é preciso continuar a investir" na segurança, com o reforço de meios policiais.

"A Câmara Municipal de Lisboa continuará a investir. Se for preciso mais esquadras em Lisboa, a Câmara Municipal de Lisboa arranja essas esquadras, mas nós precisamos disso, porque a polícia foi saindo, primeiro com o fecho das esquadras, depois foi desaparecendo daquilo que é a visibilidade pública e isso é um problema para todos os presidentes da câmara", declarou.

Sobre o policiamento de proximidade, Carlos Moedas disse que Lisboa tem 14 projetos nos bairros da cidade, "com resultados extraordinários", sublinhando que "é um policiamento que é essencial, porque a polícia tem de estar com as comunidades".

"Estas comunidades, estes bairros, têm gente absolutamente incrível, gente boa que está ali a trabalhar, mas precisa de estar com a polícia no dia a dia. A polícia não pode só aparecer quando há um problema", expôs.

Sobre a questão do parecer pedido pela ministra Margarida Blasco à Procuradoria-Geral da República acerca do reforço de poderes da Polícia Municipal, Carlos Moedas adiantou não ter tido ainda resposta, mas que espera que esta "seja positiva".

O autarca frisou que o "essencial da polícia", sejam Polícias de Segurança Pública (PSP) ou Polícia Municipal (PM), "é a segurança das pessoas" e lembrou que há presidentes da AML que já concordaram publicamente, caso de Loures e Cascais, com o reforço de poderes por si defendido.

Carlos Moedas apelou ainda a que se mantenha "a calma e a serenidade", quando questionado se o reforço de poderes da PM já teria evitado os desacatos que se têm vindo a espalhar pela AML.

"Há algo que aconteceu e que deve ser investigado e está a ser investigado. Há outra coisa que é a tolerância zero à violência numa sociedade democrática, num Estado de Direito. Os comportamentos violentos, como os que estão a passar na Grande Lisboa, em todas estas autarquias, não podem acontecer", frisou, garantindo que todos os presidentes que estiveram hoje à volta da mesa estão de acordo com a tolerância zero.

Moedas lembrou também que a Polícia Municipal de Lisboa pôs à disposição "não só os seus homens e as suas mulheres, como tudo aquilo que é equipamentos desde gruas e carros, para atuar rapidamente", em qualquer situação e que até a própria EMEL (Empresa Municipal de Mobilidade e Estacionamento de Lisboa) disponibilizou as suas gruas.

O presidente da Câmara de Lisboa reiterou ainda a importância de que seja passada uma "mensagem de serenidade", já que a cidade sempre foi "tolerante, aberta, onde cabem todos e todos se podem manifestar, mas sem violência".

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