A manifestação do Vida Justa vai começar no Marquês de Pombal pelas 15h00 e estava inicialmente prevista para terminar na Assembleia da República, mas o movimento alterou o percurso por terminar no mesmo local da contramanifestação do Chega.
A manifestação do Vida Justa, que vai terminar na Praça dos Restauradores", foi anunciada na quinta-feira pelo movimento, para reclamar justiça pela morte de Odair Moniz, o homem de 43 anos baleado por um agente da PSP após uma perseguição policial na Amadora.
Com o lema "Sem justiça não há paz", esta iniciativa é organizada pelo movimento Vida Justa, familiares e amigos de Odair Moniz, associações de moradores do bairro do Zambujal, onde residia a vítima, e de outros bairros da Área Metropolitana de Lisboa.
Na quinta-feira, poucas horas depois do anúncio da iniciativa do Vida Justa, o presidente do Chega, André Ventura, anunciou a manifestação "em defesa da polícia". Este protesto também começa pelas 15h00 na Praça do Município e dirige-se para a Assembleia da República.
A PSP indicou, entretanto, que o Vida Justa alterou o percurso da manifestação de sábado "sem esperar pelo parecer" da polícia e considerando que "estão reunidas as condições de segurança" para a realização dos dois eventos, embora exista "algum risco para a ordem e segurança públicas" por coincidir com a contramanifestação do Chega.
Esta força de segurança avança que vai continuar "a recolher informação e a acompanhar os desenvolvimentos" referentes às manifestações, nomeadamente através de fontes abertas.
Segundo a polícia, esta "monitorização e recolha contínuas de informação permitem avaliar os potenciais riscos associados às iniciativas e planear a operação policial mais adequada e ajustada às necessidades de segurança de todos os intervenientes e de terceiros".
A PSP dá conta de que o policiamento das duas manifestações vai ser feito pelas diferentes valências do Comando Metropolitano de Lisboa com "o apoio permanente" de meios da Unidade Especial de Polícia da PSP.
"A Polícia irá promover constante visibilidade e mobilidade dos meios policiais destacados para esta operação de segurança de forma a prevenir e evitar a existência de situações de alteração da ordem pública", garante, relembrando que "não tolerará atos de desordem e de destruição praticados por grupos criminosos", que "integram uma minoria e não representam a restante população".
A PSP vai condicionar hoje a Praça do Marquês Pombal, Avenida da Liberdade, Praça dos Restauradores, Avenida Braamcamp, Avenida Alexandre Herculano, Rua de São Bento, Praça do Município, Rua do Arsenal, Rua do Comércio, Rua Nova do Almada, Rua Garrett, Praça Luís Camões, Calçada do Combro e Rua Dom Carlos I.
Odair Moniz, de 43 anos e morador no Bairro do Zambujal, na Amadora, foi baleado por um agente da PSP na madrugada de segunda-feira, no Bairro da Cova da Moura, no mesmo concelho, e morreu pouco depois, no Hospital São Francisco Xavier, em Lisboa.
Segundo a PSP, o homem pôs-se "em fuga" de carro depois de ver uma viatura policial e "entrou em despiste" na Cova da Moura, onde, ao ser abordado pelos agentes, "terá resistido à detenção e tentado agredi-los com recurso a arma branca".
A Inspeção-Geral da Administração Interna e a PSP abriram inquéritos e o agente que baleou o homem foi constituído arguido.
Desde a noite de segunda-feira registaram-se desacatos no Zambujal e, desde terça-feira, noutros bairros da Área Metropolitana de Lisboa.
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