O primeiro-ministro, Luís Montenegro, sublinhou, esta quinta-feira, que a eleição de Donald Trump para a presidência dos Estados Unidos é "a vontade do povo americano que se expressou nas urnas" e considerou ser "preciso respeitar essa decisão".
"Já tive ocasião de felicitar o presidente Trump pela sua eleição. Foi inequívoca do ponto de vista do resultado, foi a democracia a funcionar e a vontade do povo americano que se expressou nas urnas", começou por referir em declarações aos jornalistas, à margem da Cimeira da Comunidade Política Europeia (CPE), em Budapeste, frisando que "é preciso respeitar essa decisão".
Já sobre as relações bilaterais, o primeiro-ministro afirmou que Portugal "tem todo o interesse em continuar a aprofundar a relação com os Estados Unidos da América, do ponto de vista económico, cultural e até histórico".
"Nós temos uma relação bastante profunda. Temos uma grande comunidade portuguesa nos Estados Unidos da América e temos hoje cada vez mais americanos a investir e a visitar Portugal", acrescentou.
Quando questionado sobre a posição do presidente francês, Emmanuel Macron, que pediu que a União Europeia "não delegue" a sua segurança aos Estados Unidos, Montenegro disse concordar que a "Europa tem de ter mais autonomia do ponto de vista não só da defesa, mas também da sua dinâmica económica".
"Temos de reforçar a capacidade de os europeus poderem produzir mais em todos os contextos", atirou. "Nós temos de reforçar a capacidade dos europeus poderem produzir mais em todos os contextos no setor primário, desde logo".
O primeiro-ministro português disse também esperar que a nova administração norte-americana de Donald Trump seja "uma oportunidade" para União Europeia "falar menos e fazer mais" na sua autonomia, com Bruxelas e Washington a continuarem a apoiar a Ucrânia.
"Esta perspetiva de mudança política nos Estados Unidos da América tem de ser vista como oportunidade, a oportunidade de falarmos menos e fazermos mais", disse.
Questionado sobre qual o posicionamento de Trump relativamente ao apoio ocidental à Ucrânia na sequência da invasão russa, iniciada em fevereiro de 2022, Luís Montenegro disse esperar que os Estados Unidos continuem a ser um "parceiro privilegiado" na ajuda, nomeadamente ao nível da NATO.
De momento, surgem em Kyiv receios quanto ao apoio de Washington com a nova administração Trump, já que, em recentes declarações, o republicano disse que poderia impor a paz na Ucrânia em "24 horas", sem concretizar, e criticou a dimensão da ajuda dada àquele país do leste europeu para resistir à invasão russa, elogiando ainda Vladimir Putin.
Tanto na Europa como na Ucrânia, teme-se que Donald Trump obrigue Kyiv a negociar com Moscovo em condições muito desfavoráveis.
Na quarta-feira, o primeiro-ministro recorreu às redes sociais para felicitar Donald Trump pelo resultado nas eleições norte-americanas e disse estar empenhado em trabalhar numa "colaboração estreita" a nível bilateral, multilateral e da NATO.
"Parabéns, presidente Donald Trump. Estou empenhado em trabalharmos em colaboração estreita, no espírito da longa e sólida relação entre Portugal e os Estados Unidos, a nível bilateral, da NATO e multilateral", escreveu no X.
Congratulations, President @realDonaldTrump.
— Luís Montenegro (@LMontenegropm) November 6, 2024
I look forward to working closely with you, within the spirit of the long standing and solid relationship between Portugal and the United States, bilaterally and at @NATO and multilateral level.
Sublinhe-se que Donald Trump foi eleito o 47.º presidente dos Estados Unidos da América, após ter derrotado a democrata Kamala Harris nas eleições de 5 de novembro.
[Notícia atualizada às 16h25]
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