Moedas satisfeito com proibição de voos noturnos no aeroporto de Lisboa
O presidente da Câmara de Lisboa disse hoje que a decisão do Governo de proibir voos noturnos no Aeroporto Humberto Delgado vai ao encontro do que sempre defendeu e que espera pelo rápido início das obras da nova infraestrutura.
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País Aeroporto
"Eu tinha pedido ao Governo, a este e ao anterior [PS], para não haver voos noturnos e, portanto, este é um passo que o Governo dá e eu felicito o Governo por nos ter ouvido e por me ter ouvido", começou por dizer Carlos Moedas (PSD) à Lusa.
Salientando que este é "o primeiro passo", o autarca defendeu a importância de que "rapidamente se comece a construção do novo aeroporto" porque essa é a "solução para a cidade não ter ruído e poluição constante".
O presidente da câmara lisboeta falava à Lusa à margem da inauguração de uma creche no bairro Madre Deus, em Lisboa.
"Nós não podemos ficar 10 anos à espera do novo aeroporto. Eu penso que isso tem de ser feito mais rapidamente, mas fico muito contente e, portanto, felicito o Governo sobre esta decisão", afirmou o social-democrata.
O ministro das Infraestruturas anunciou na quinta-feira que vão ser proibidos os voos do Aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa, durante as 01:00 e as 05:00, após conclusões do grupo de trabalho sobre os voos noturnos.
Miguel Pinto Luz lembrou as críticas de municípios, autarcas e cidadãos relativamente ao ruído causado pela circulação de aviões e à poluição.
Em setembro, o executivo da Câmara Municipal de Lisboa aprovou por unanimidade uma moção em que defende a redução do número de movimentos por hora no Aeroporto Humberto Delgado e recusa qualquer aumento da capacidade aeroportuária.
Na altura, Carlos Moedas saudou a disponibilidade de todos para "conseguir trabalhar acima dos partidos, acima da política, para os lisboetas" e apoiou o Governo pela "coragem de tomar a maior decisão de todas", que é ter um novo aeroporto, para "não haver voos em Lisboa".
Na quarta-feira, cerca de três dezenas de moradores de bairros de Lisboa e Loures afetados pelo ruído e poluição causados pelo aeroporto de Lisboa manifestaram-se ao fim do dia junto à estrutura aeroportuária reclamando, entre outros, o direito ao descanso.
Em meados de maio, o Governo aprovou a construção do novo aeroporto da região de Lisboa no Campo de Tiro de Alcochete, seguindo a recomendação da Comissão Técnica Independente (CTI).
Ao escolher a localização do novo aeroporto, o Governo propôs a expansão do Humberto Delgado, passando dos atuais 38 movimentos por hora para 45 movimentos.
O Campo de Tiro da Força Aérea, também conhecido como Campo de Tiro de Alcochete (pela proximidade deste núcleo urbano), fica maioritariamente localizado na freguesia de Samora Correia, no concelho de Benavente (distrito de Santarém), tendo ainda uma pequena parte na freguesia de Canha, já no município do Montijo (distrito de Setúbal).
De acordo com uma portaria de 2004, está estabelecido o máximo de 91 movimentos aéreos semanais e 26 diários entre a 00:00 e as 06:00.
Aquela portaria estabelece ainda que a autorização de movimentos aéreos durante o período noturno está condicionada aos níveis de ruído das aeronaves utilizadas.
A associação ambientalista Zero tem feito reiteradas denúncias de desrespeito dos limites previstos.
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