Jovem de 23 anos em prisão preventiva por incendiar contentor na Amadora
Os factos ocorreram na noite de 8 de novembro, dia em que "o arguido, juntamente com outro indivíduo ainda não identificado", derrubou um contentor de lixo e ateou "fogo a papéis que se encontravam seu interior".
© Getty Images/Volkmar Heinz
País Amadora
Um jovem de 23 anos ficou sujeito a prisão preventiva, a 9 de novembro, depois de ter sido presente a interrogatório judicial e indiciado pela prática de um crime de dano qualificado, na forma consumada, na Amadora.
Os factos ocorreram na noite de 8 de novembro, dia em que "o arguido, juntamente com outro indivíduo ainda não identificado", derrubou um contentor de lixo e ateou "fogo a papéis que se encontravam seu interior", de acordo com um comunicado divulgado na terça-feira pelo Ministério Público.
"As chamas [...] propagaram-se a todo o contentor", que se encontrava perto de "um número ainda não apurado de veículos automóveis", complementou.
O contentor do lixo derreteu, o que resultou "um prejuízo ao erário público no valor de, pelo menos, 539 euros".
O inquérito corre termos no Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DIAP) do Núcleo da Amadora.
Recorde-se que a Área Metropolitana de Lisboa tem registado distúrbios nas últimas semanas, desde a morte de Odair Moniz, cidadão cabo-verdiano que morava no bairro do Zambujal, na Amadora, e que morreu na madrugada do dia 21 de outubro, baleado por um agente da Polícia de Segurança Pública (PSP) no bairro da Cova da Moura.
Segundo a PSP, o homem pôs-se "em fuga" de carro depois de ver uma viatura policial e "entrou em despiste" na Cova da Moura, onde, ao ser abordado pelos agentes, "terá resistido à detenção e tentado agredi-los com recurso a arma branca".
A associação SOS Racismo e o movimento Vida Justa contestaram a versão policial e exigiram uma investigação "séria e isenta" para apurar responsabilidades, considerando que está em causa "uma cultura de impunidade" nas polícias.
A Inspeção-Geral da Administração Interna e a PSP abriram inquéritos e o agente que baleou o homem foi constituído arguido.
Os distúrbios começaram no Zambujal e alastraram-se a outros bairros da Área Metropolitana de Lisboa, onde foram queimados e apedrejados autocarros, automóveis e caixotes do lixo. Sete pessoas ficaram feridas nos acontecimentos, uma das quais com gravidade.
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