NYT noticia morte de Celeste, a "lenda" que "sempre se sentiu esquecida"

A história da "Senhora dos Cravos", que morreu na passada sexta-feira, aos 92 anos, foi contada nos EUA.

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Notícias ao Minuto
18/11/2024 09:54 ‧ 18/11/2024 por Notícias ao Minuto

País

Celeste Caeiro

A notícia da morte de Celeste Caeiro, que se eternizou no dia 25 de abril de 1974 ao distribuir cravos pelos militares – um ato que acabou por se tornar símbolo da Revolução portuguesa – também chegou além-fronteiras.

 

O The New York Times deu conta, este domingo, da morte da "Senhora dos Cravos", aos 92 anos, na passada sexta-feira, em Lisboa.

Recorda o jornal norte-americano que foi o "ato patriótico espontâneo" de Celeste de distribuir cravos aos militares – que depois colocaram nas armas – que deu o nome o nome de Revolução dos Cravos ao 25 de Abril.

"No meio da euforia da revolta, um jovem militar pediu um cigarro à senhora Caeiro. Ela disse que não fumava, mas deu-lhe um cravo vermelho. Ele, rindo, enfiou a flor no cano da sua arma. E outros militares fizeram o mesmo. O gesto foi ainda repetido pelo comandante de um carro blindado que colocou um cravo na boca do canhão do seu veículo o que gerou aplausos de quem assistia", descreve a publicação, lembrando que durante a Revolução portuguesa quase não "derramou sangue", "morreram quatro civis com disparos da polícia secreta".

Morreu Celeste Caeiro, a mulher que deu cor de cravo ao 25 de Abril

Morreu Celeste Caeiro, a mulher que deu cor de cravo ao 25 de Abril

Celeste Caeiro foi a mulher que, a dia 25 de Abril de 1974, distribuiu cravos pelos militares que davam o passo derradeiro da Revolução. Morreu hoje aos 92 anos de idade.

Anabela Sousa Dantas com Lusa | 14:50 - 15/11/2024

Celeste Martins Caeiro nasceu a 2 de maio de 1933, no bairro operário do Socorro, em Lisboa. O pai abandonou a família quando Celeste tinha apenas 18 meses. A mãe, Teodora Caeiro, era natural da Galiza e, viu-se obrigada, devido à pobreza, a deixar as crianças em orfanatos, onde as visitava frequentemente.

Tal como recorda o The New York Times, Celeste passou, ao longo da sua vida, não só por dificuldades como por várias provas de fogo, como um incêndio no quarto onde morava com a filha, Helena.

Além disso, sempre se sentiu "esquecida pelos sucessivos governos que, segundo ela, nunca reconheceram oficialmente o seu importante papel na Revolução", como notou a neta, Carolina a diferentes meios de comunicação social portugueses.

No entanto, como salienta o jornal norte-americano, Celeste permaneceu como "uma espécie de lenda em Portugal" e foi mesmo acalmada, no passado dia 25 de Abril, durante as comemorações do 50.º aniversário da Revolução dos Cravos, onde marcou presença com um ramo de cravos vermelhos nos braços.

O Notícias ao Minuto entrevistou Celeste em 2016, que confessou que ainda se “comove” ao recordar aquele dia. 

Se há meia vida Celeste fumasse, o 25 de Abril seria hoje diferente

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Quando um soldado lhe pediu um cigarro, Celeste Caeiro não tinha nenhum para lhe dar. Sentiu-se mal por não poder ajudar a revolução com um pedido tão simples e ofereceu antes um cravo.

Carolina Rico | 08:20 - 25/04/2016

Leia Também: Celeste Caeiro "será, certamente, condecorada a título póstumo"

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