A presidente da comissão falava no painel "Políticas de apoio à comunicação e ao jornalismo", na conferência "Informação como bem público: Regulação mediática e políticas públicas", promovida pela Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC), que está a decorrer na Sala do Senado, na Assembleia da República, em Lisboa.
Licínia Girão afirmou, então, que é essencial apoiar o jornalismo para que os profissionais "não estejam preocupados de dois em dois anos como é que vão arranjar 70 euros" para pagar a renovação da carteira profissional, acrescentando que "a partir de janeiro" será "um pouco mais".
No mesmo painel, Maria João Taborda, técnica superior do departamento de análise de media da Entidade Reguladora da Comunicação (ERC), disse que "a intervenção estatal no setor dos media do ponto de vista do regulador tem que ser estritamente regulada porque é uma área sensível, é uma área que implica com a liberdade de expressão", e sublinha ainda a necessidade de "Medidas de regulação dos atores do meio digital".
A presidente da Associação Portuguesa de Imprensa (API), Cláudia Maia, também no painel, afirmou que "a imprensa esteve ao abandono de medidas e de uma visão estratégica" acrescentado que a "publicidade [...] uma das principais fontes de receita da imprensa [...] caiu 52% nos últimos quatro anos".
A presidente da API disse ainda que "a tiragem dos jornais caiu 45% desde 2018", e que se assiste "a problemas graves na distribuição", para além de existirem "cada vez menos pontos de venda", chegando a haver "municípios sem ponto de venda".
"Estaríamos todos muito contentes sem termos de falar de apoio do Estado mas, na situação em que os meios de comunicação social estão ou é isso ou mais vale fecharmos as portas", disse a presidente da Associação Portuguesa de Imprensa, no final da sua intervenção.
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