Estudantes levantam acampamento após entregarem carta a PM

Um grupo de estudantes entregou hoje a um adjunto do primeiro-ministro uma carta com uma série de reivindicações de medidas de combate às alterações climáticas e uma ameaça de greve às aulas, tendo desmantelado um acampamento de protesto. 

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© PATRICIA DE MELO MOREIRA/AFP via Getty Images

Lusa
13/12/2024 22:46 ‧ há 2 horas por Lusa

País

Fim ao Fóssil

O grupo de estudantes colocou tendas numa das ruas junto à residência oficial do primeiro-ministro e tencionava aguardar até ser recebido pelo primeiro-ministro, com a lista de reivindicações.

 

"Foi-nos dito que o primeiro-ministro não estava e não nos iria receber nem hoje nem nunca", pelo que "optámos por entregar a carta e vários documentos que atestam a emergência climática" a um adjunto, membro do seu gabinete, disse à Lusa Leonor Chicó. 

Sob vigilância da polícia, os jovens colocaram o acampamento de protesto no prolongamento da rua da residência oficial cerca das 11h00 e recolheram as tendas cerca das 16h00. 

"A carta foi entregue. Se as coisas não mudarem, vamos mobilizar os jovens deste país para atuarem contra o Governo", afirmou a porta-voz do movimento Fim ao Fóssil, que juntou mais de um milhar de assinaturas para exigir um corte drástico das emissões de gases com efeitos de estufa.

"A menos que vocês atendam esta reivindicação, no final de abril de 2025 os estudantes sairão das aulas e iniciarão um período de duas semanas de paralisação das escolas", escreveram os autores, na carta entregue.

"Entendemos isto como uma ação legítima e necessária para alcançar esta reivindicação", referiram.

Ao som de músicas de intervenção e com cartazes com frases como "oh senhor primeiro-ministro explica lá porque é que em dezembro faz calor?" ou "Resistência estudantil pelo fim do fóssil", os estudantes recordaram que 2023 "foi o ano com as maiores emissões de combustíveis fósseis alguma vez registadas" ao mesmo tempo que a "ciência é clara: temos até ao final desta década para evitar um ponto sem retorno, em que a crise climática se tornará irreversível".

"Vamos avançar para a paralisação das escolas na primavera, caso o Governo não se comprometa com o fim dos combustíveis fósseis até 2030", explicou Leonor Chicó.

"Neste momento, o nosso Governo tem um plano de corte de emissões de 55 por cento até 2030, quando a ciência nos diz que temos de fazer um corte de 85 por cento para evitar o colapso climático", disse Leonor Chicó, 19 anos, estudante de antropologia.

Para os ativistas, a crise climática aproxima-se de um ponto de não retorno que, se ultrapassado, irá levar à morte de milhões de pessoas.

"Os prazos da ciência são inequívocos, a escolha é entre o Fim ao Fóssil até 2030 ou um mundo em colapso para herdarmos", reforçou Leonor Chicó.

Leia Também: Estudantes ameaçam com greve caso Governo não combata crise climática

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