Urgência do hospital de Ponta Delgada podia ter reaberto em julho de 2024

A urgência do hospital de Ponta Delgada, nos Açores, podia ter reaberto em julho de 2024, dois meses após o incêndio, segundo relatórios técnicos que sugeriam a reposição do serviço nas "condições originais".

Notícia

© Global Imagens - Açoriano Oriental

Lusa
11/02/2025 18:07 ‧ há 2 horas por Lusa

País

Relatório

Num relatório interno elaborado pelo Serviço de Instalações e Equipamentos (SIE) do Hospital Divino Espírito Santo (HDES) sobre os trabalhos "realizados e a realizar" devido ao incêndio de 04 de maio, a que agência Lusa teve acesso, é referido que o serviço de urgência poderia reabrir no final de julho nas condições existentes antes da catástrofe.

 

"A reabertura nas condições existentes a 03 de maio poderá ser viável no prazo de duas a três semanas", lê-se no documento datado de 08 de julho de 2024, na parte referente ao serviço de urgência.

O SIE assinala que em abril (antes do incêndio) tinha sido solicitada a realização de "melhorias" no espaço da urgência, sendo que esses trabalhos poderiam ter sido concluídos "num prazo de 60 dias".

O relatório identifica que vários serviços do hospital, como a oncologia, hemodiálise, consulta externa, laboratórios, pediatria, consulta externa, internamento nascente e imagiologia podiam ter ficado operacionais entre maio e julho.

Num outro documento, a que a agência Lusa também teve acesso, o SIE propõe a reabertura do serviço de urgência em julho, uma situação que não chegou a acontecer.

"À data do incêndio esta unidade funcional [urgência] apresentava várias fragilidades ao nível da oferta geral de condições para assistência condigna aos utentes. Apesar disso sempre permitiu resposta adequada. No prazo de 20 dias propomos avançar com as verificações e limpezas necessárias à reposição das condições originais", lê-se no relatório de 18 de junho.

Nesse documento, o serviço defende que a "solução definitiva" para o abastecimento de energia no hospital "deverá ocorrer em paralelo com a elaboração da visão para o 'Novo HDES' e integrar as respetivas conclusões", mas defende que a solução tinha "condições para arrancar de imediato".

O incêndio no HDES, na ilha de São Miguel, causou prejuízos estimados em 24 milhões de euros e obrigou à transferência de todos os doentes que estavam internados para vários locais dos Açores, da Madeira e do continente.

Entretanto, o executivo decidiu construir um hospital modular para garantir a transição até à requalificação estrutural.

Em 29 de janeiro, o ex-administrador do HDES António Vasco Viveiros, antigo deputado do PSD/Açores, criticou a opção do Governo dos Açores pela construção de um hospital modular, defendendo, em alternativa, a recuperação da unidade de saúde.

António Vasco Viveiros, ouvido numa audição no parlamento açoriano, assegurou que o hospital de Ponta Delgada poderia ter sido reaberto em agosto nas condições existentes antes do incêndio e alertou que "muitas centenas ou milhares de doentes perderam a janela de oportunidade para o seu tratamento".

Leia Também: Hospital de Ponta Delgada? Parlamento açoriano marca debate de urgência

Partilhe a notícia

Escolha do ocnsumidor 2025

Descarregue a nossa App gratuita

Nono ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.

* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com
App androidApp iOS

Recomendados para si

Leia também

Últimas notícias


Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

Mais lidas