De acordo com o projeto de execução, consultado pela Lusa, em causa está a "reconstrução da plataforma de passageiros do lado nascente [Palmilheira] na zona próxima da posição atual, em vez de uma nova plataforma em frente às restantes [Águas Santas]", algo previsto num "projeto anterior", segundo a Infraestruturas de Portugal (IP).
Atualmente, no apeadeiro Águas Santas/Palmilheira, a plataforma no sentido descendente da circulação ferroviária (rumo ao Porto) tem a designação Palmilheira e está localizada a norte, e no sentido ascendente (rumo ao Douro e Minho) a plataforma de nome Águas Santas está localizada a sul.
Segundo a IP, foi a construção de uma passagem superior pedonal em 2010, já depois do anterior projeto que alinharia as duas plataformas, "que levou a que a plataforma do lado nascente [Palmilheira] não fosse construída em frente às restantes [Águas Santas], mas reconstruída na proximidade da sua posição atual".
A IP aponta também "motivos económicos e de funcionalidade" para não unificar o alinhamento das plataformas, "na perspetiva de redução de custos de execução e de forma a atender às condicionantes de índole camarária ou alterações topográficas que ocorreram" entretanto, entre as quais um novo parque de estacionamento com capacidade para 52 lugares, a cargo da Câmara da Maia.
A empresa observa que "a plataforma Nascente [Palmilheira] estende-se desfasadamente para Norte das restantes plataformas", o que leva a que se localizem "três dos 10 abrigos considerados necessários sob a via A4, sendo a plataforma a Nascente a que permanecerá mais exposta à intempérie".
De acordo com os desenhos do projeto, o apeadeiro de Palmilheira ficará, assim, com três abrigos e as restantes plataformas com os outros sete, sendo que o apeadeiro de Águas Santas fica, em parte, sob o viaduto da A4.
Apesar de se manterem as designações separadas Águas Santas e Palmilheira haverá, tal como atualmente, uma passagem superior que as une.
O alargamento de duas para quatro vias entre Contumil e Ermesinde vai também obrigar à "criação de uma nova plataforma no lado poente [Águas Santas], entre os pilares da A4", e ao prolongamento da atual passagem superior para permitir o acesso às quatro vias, "bem como aos arruamentos que lhe estão próximos (Rua Mário Cal Brandão)", onde ficará o estacionamento.
Como o projeto ferroviário implica a segregação das circulações da Linha do Douro e do Minho, poderá acontecer que apenas as composições rumo ao Porto vindas da Linha do Douro (neste caso, apenas os urbanos do Marco de Canaveses) parem no apeadeiro Palmilheira (os regionais e inter-regionais não o fazem atualmente), já que nas vias rumo a Norte a paragem será sempre feita, rumo ao Douro e Minho, na área do apeadeiro Águas Santas.
A zona verá ainda nascer uma rotunda sobre a linha substituindo a atual passagem superior rodoviária de Palmilheira/Águas Santas, que une cinco arruamentos distintos: Rua de Palmilheira, Avenida Eng. Duarte Pacheco, Avenida Lidador da Maia, Travessa Lidador da Maia e Rua Abel Salazar.
"O estado de conservação da estrutura afigura-se deficiente, particularmente no que diz respeito às vigas. Nota-se uma degradação acentuada do betão e, em diversos locais, a armadura está visível e bastante corroída", refere a IP no projeto.
De acordo com os documentos, serão construídas "duas obras de arte, sendo que a primeira será executada sem interromper o trânsito na obra existente", já que este "passará para a nova obra, o que permitirá a demolição da obra existente e a construção da segunda passagem superior".
O concurso público para executar a empreitada foi lançado na quarta-feira e tem o valor de 150 milhões de euros.
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