"Na parte que é do meu conhecimento e que teve origem até junho de 2022, os primeiros clientes solicitaram a prestação dos serviços na base do conhecimento que já tinham dos sócios e dos colaboradores da empresa", respondeu Luís Montenegro ao Chega.
A pergunta do Chega visava saber como é que os clientes chegaram à empresa Spinumviva, que "nem apresenta um website", e se houve "influência política" nessa angariação.
Luís Montenegro, que foi sócio da empresa até junho de 2022, acrescentou que "alguns outros podem ter tido conhecimento pela "publicidade" mais eficaz que existe que é dos próprios clientes".
"Duas coisas são absolutamente certas. A primeira é que tudo aconteceu dentro das normais, legais e regulamentares práticas do mercado. A segunda é que não há, nem podia haver, qualquer influência política", disse.
Primeiro, disse, porque "tudo ocorreu quando nenhum dos intervenientes tinha responsabilidades políticas" nem o trabalho tem "qualquer interferência política".
Por outro lado, estavam em causa "negócios exclusivamente privados (entre partes totalmente privadas) ou da elaboração, execução e controlo de procedimentos que dimanam de legislação europeia de 2016, em vigor desde 2018", acrescentou.
"É completamente abusiva e até insultuosa qualquer insinuação de mistura entre a atividade empresarial e política de qualquer interveniente nas prestações de serviços em análise. Nao há fundamento, não há justificação nenhuma para especular nesse sentido", reiterou.
Na resposta ao Chega, Montenegro negou que tenha havido qualquer negócio, contrato ou avença realizado com a Câmara Municipal de Espinho, Vagos ou outras lideradas pelo PSD, ou ainda com o Banco de Fomento.
Questionado sobre as remunerações dos colaboradores da empresa Spinumviva e atribuição de funções, o primeiro-ministro remeteu para a própria empresa, "visto que é informação comercial da própria".
Quanto aos clientes da Spinumviva, Luís Montenegro respondeu que os que já foram conhecidos representam no período em que esteve na empresa, desde a sua criação até julho de 2022, mais de 86% da faturação, "sendo mais de metade desse valor o correspondente ao processo da reestruturação das empresas do grupo Joaquim Barros Rodrigues & Filhos (194.000Euro)."
Quanto a outros "clientes ocasionais", não os divulgou, defendendo que "devem ser conhecidos do ponto de vista público se os próprios entenderem fazer essa divulgação".
Luís Montenegro respondeu ainda ao Chega que os serviços em causa na "conta de Fornecedores e Serviços" - que o partido alegou serem "valores relevantes" - reportam-se a "gastos estruturais da atividade operacional" da empresa, destacando essencialmente "consultores externos que prestam serviço à sociedade", sendo essa a componente dominante.
[Notícia atualizada às 19h57]
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