O agente da Polícia de Segurança Pública (PSP), em preventiva no âmbito da Operação Last Massage, é o único homem entre os suspeitos que foram detidos, na semana passada, segundo uma nota da Procuradoria da República da Comarca de Lisboa, esta terça-feira divulgada.
De recordar que o agente da PSP, que estava de baixa prolongada, é um dos três detidos que na terça-feira ficaram em prisão preventiva após serem presentes a primeiro interrogatório judicial - os outros são a DJ brasileira Rebeka Episcopo, suspeita de liderar a rede de prostituição em investigação neste caso, e outra brasileira sua sócia, identificada como Jacimara Berwig, segundo fontes policiais citadas pelo g1 e pela agência Lusa.
A Procuradoria da República da Comarca de Lisboa refere que os arguidos são "cinco mulheres e um homem, todos indiciados pela prática do crime de lenocínio e um pelo crime de burla tributária". Têm idades entre os 29 e os 57 anos.
DJ líder de rede de prostituição em preventiva. Sócia brasileira também
DJ era dona de spas que seriam usados para prostituição. Além da DJ, ficaram em preventiva outra brasileira, sua sócia, e um agente da PSP.
Notícias ao Minuto com Lusa | 08:00 - 08/04/2025Os restantes três arguidos ficaram em liberdade, mas têm de entregar o passaporte e estão proibidos de contactos entre si e de se ausentarem do país.
Note-se que a DJ, conhecida como Beka, vive na Europa há mais de 30 anos, tinha residência em Portugal e era DJ residente na Rádio Pure Ibiza, em Espanha, embora marcasse presença em múltiplos eventos.
Rebeka é também produtora, empresária e modelo internacional, contando com mais de 65 mil seguidores nas redes sociais. É, aliás, nestas plataformas que se apresenta como proprietária de dois spas Nuru, localizados em Lisboa e Cascais. Note-se que, segundo a Procuradoria da República da Comarca de Lisboa, hoje divulgada, os "arguidos exploravam duas casas, uma em Lisboa, outra em Cascais, onde se praticava a prostituição, daí retirando elevados proventos económicos" - o que confirma a versão de que os spas eram usados para prostituição.
As detenções foram levadas a cabo no dia 1 de abril. No decurso das diligências, que incluíram quase duas dezenas de buscas domiciliárias e não domiciliárias, foram apreendidos mais de 100 mil euros em dinheiro.
As autoridades apreenderam também uma arma de fogo de calibre 22, dois carregadores, duas espingardas de calibre 12mm, além de 32 munições de calibre 12 e nove 'sprays' de gás pimenta.
Foram ainda apreendidos diversos dispositivos eletrónicos, como 17 telemóveis, oito computadores, três tablets, 18 unidades de armazenamento portátil, um sistema de videovigilância e um dispositivo portátil de comunicação por rádio 107.565 euros em dinheiro, assim como dois cartões bancários, cinco terminais de pagamento automático e dois cheques bancários com o valor facial de 5.000 euros cada.
As buscas permitiram ainda confiscar várias dezenas de artigos utilizados na prática do lenocínio e documentação relacionada com a organização e gestão dos estabelecimentos ligados à prática dos crimes.
A operação foi acompanhada por quatro magistrados do DIAP de Lisboa para tomada de declarações imediata de dez testemunhas, algumas delas estrangeiras.
O inquérito, que se encontra em segredo de justiça, prossegue os seus termos sob direção da 2.ª secção do DIAP de Lisboa, com a coadjuvação da PSP.
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