O fim de semana de Páscoa contará com oito serviços de urgência encerrados no sábado e dez no domingo, a maioria dos quais de obstetrícia e ginecologia na região de Lisboa e Vale do Tejo. No entanto, apesar dos constrangimentos, o diretor-executivo do Serviço Nacional de Saúde (SNS), Álvaro Almeida, garante que "ninguém deixará de ser atendido".
"Haverá 10 pontos da rede do SNS que não estarão abertos ao público, mas continuarão a trabalhar e os utentes serão orientados para locais onde poderão ser atendidos. Ninguém deixará de ser atendido porque o SNS está a funcionar como funciona sempre: em rede", referiu o responsável, à margem do 51.º aniversário do Instituto Português de Oncologia, no Porto.
"Nenhum cidadão deixará de ser atendido neste fim de semana. Há capacidade de resposta no SNS", reiterou.
O responsável sublinhou que a "dificuldade de recursos humanos em algumas especialidades" é "conhecida e histórica, vem de há muitos anos atrás e agravou-se sobretudo nos últimos três anos".
"É um problema que não é exclusivo de Portugal. É um problema dos países europeus todos. É um problema que estamos a trabalhar para minimizar (...). Há muita coisa que é preciso afinar no SNS. Nenhum sistema de saúde no mundo é perfeito. O SNS não é com certeza", disse.
Que serviços de urgência estarão encerrados no fim de semana?
De acordo com dados do SNS, no sábado o número de urgências fechadas sobe para oito, seis das quais de obstetrícia e ginecologia, em Almada, Barreiro, Castelo Branco, Vila Franca de Xira, Aveiro e Leiria. A estas juntam-se as urgências de pediatria dos hospitais de Vila Franca de Xira e Beatriz Ângelo, em Loures.
O dia com maiores constrangimentos de funcionamento nas urgências será no domingo de Páscoa, quando dez serviços estarão encerrados, sete de obstetrícia e ginecologia e três de pediatria.
De obstetrícia e ginecologia vão estar fechadas as urgências dos hospitais Garcia de Orta, Amadora-Sintra, de Setúbal, de Vila Franca de Xira, de Santarém, de Abrantes e de Leiria, enquanto da especialidade de pediatria estarão encerradas as urgências de Vila Franca de Xira, de Loures e de Torres Vedras.
Admitindo que Lisboa e Vale do Tejo é das regiões mais afetadas, o diretor-executivo do SNS disse que "há falta de recursos humanos nessa zona", sendo, "extremamente difícil completar escalas sobretudo em períodos de férias ou de feriados".
A que se devem os constrangimentos?
Os constrangimentos dos serviços de urgência devem-se, sobretudo, à falta de médicos especialistas para assegurarem as escalas, uma situação que é mais frequente em períodos de férias, como o verão e final de ano, e fins de semana prolongados.
As dificuldades de funcionamento dos serviços de urgências têm sido mais evidentes em Lisboa e Vale do Tejo, a região do país onde também mais utentes não têm um médico de família atribuído.
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