Sindicato diz que agentes "têm de morrer" para serem heróis

O Sindicato Nacional da Polícia (Sinapol) lamentou hoje que os polícias tenham de morrer para serem heróis e criticou o que considerou falta de reconhecimento e de diferenciação da profissão pelo poder político e pela Direção Nacional da PSP.

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Lusa
25/02/2015 17:20 ‧ 25/02/2015 por Lusa

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Sinapol

"É triste ter de dizer que para se ser herói na polícia tem de se morrer. E estes meus colegas foram heróis e deram a sua vida pela causa que amavam, que era ser polícias. Mas, (...) o que revolta é depois o sentimento de não reconhecimento da profissão", disse o presidente do Sinapol à agência Lusa, após a morte de dois agentes, hoje colhidos por um comboio, em Loures, durante uma perseguição policial.

Segundo Armando Ferreira, a profissão de polícia só é considerada "especial" no papel.

"Porque, depois, na realidade, no dia-a-dia, somos uma profissão como as outras e somos maltratados pelo poder político, pelo Ministério [da Administração Interna], muitas das vezes pela direção da polícia, porque olha-se primeiro para os números financeiros e só depois é que se olha para o fator vida. E isso é muito triste", acrescentou.

O dirigente sindical frisou que a "trágica" morte dos polícias, de 24 e 27 anos, que estavam "no auge da sua profissão", prova, "mais uma vez", a diferença entre ser polícia e "dar a própria vida para defender a segurança do país" e exercer outra profissão.

"É essa diferença que não é depois reconhecida por ninguém no país. Só nestes momentos de tragédia é que nós vemos que existe algum sentimento de solidariedade para com a polícia, para com os polícias que falecerem, para com as famílias, mas isto, infelizmente, é algo que depois só dura dois a três dias", lamentou o presidente do Sinapol.

Os dois polícias, que estavam colocados na esquadra de São João da Talha, no concelho de Loures, foram colhidos esta manhã por um comboio entre a Bobadela e Sacavém, durante uma perseguição policial a dois homens suspeitos de terem assaltado uma residência.

Segundo um comunicado do Comando Metropolitano de Lisboa da PSP, os detidos têm 17 e 20 anos e estavam já referenciados por roubo e furto.

Os suspeitos vão ser presentes a primeiro interrogatório judicial na quinta-feira, às 10:00, no Tribunal da Comarca de Lisboa Norte, em Loures.

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