O vice-presidente do secretariado regional dos Açores do Sinapol, António Santos, disse à Lusa que "o caso mais grave" ocorreu na zona dos Poços, nas Capelas, concelho de Ponta Delgada, onde um polícia foi agredido por "três ou quatro pessoas" que estavam a provocar desacatos.
O elemento da PSP "caiu inanimado" no chão e foi depois novamente agredido com "extrema violência", com pontapés e murros, ainda segundo António Santos.
O dirigente do Sinapol acrescentou que um segundo elemento da PSP que tentou socorrer o colega foi também agredido.
Estes eram os dois únicos polícias que estavam de serviço na esquadra das Capelas, pelo que foram pedidos reforços a outros departamentos da ilha de São Miguel, mas vários tinham também falta de meios para enviar para o local. Acabaram por ser elementos da PSP da Maia, concelho da Ribeira Grande, já "a grande distância", a ser enviados para as Capelas, sublinhou António Santos.
O dirigente do Sinapol destacou que o habitual, fora da cidade de Ponta Delgada, é as esquadras terem apenas dois elementos de serviço, o que obriga ao seu "encerramento constante" quando há ocorrências e os polícias são chamados. Por outro lado, acrescentou, é frequente que apenas um elemento da PSP faça patrulhas sozinho.
Para além deste caso nas Capelas, o Sinapol revelou que outros três polícias foram agredidos no Festival Monte Verde, na Ribeira Grande, no fim de semana, embora com menor gravidade.
Todos os agressores foram detidos e os elementos da PSP agredidos foram submetidos a perícias médicas, segundo António Santos.
Estas situações de encerramento de esquadras, de forma recorrente, e de falta de meios humanos para as patrulhas nos Açores têm sido repetidamente denunciadas pelas estruturas sindicais e pelos responsáveis pela PSP no arquipélago.
Num comunicado divulgado hoje, o Sinapol reitera o alerta em relação à falta de meios humanos da PSP nos Açores e lembra que numa deslocação recente ao arquipélago a ministra da Administração Interna prometeu um reforço de efetivos que não se concretizou.
O sindicato alerta também para o aumento do turismo no arquipélago este ano, que gera novas solicitações à PSP sem que, no entanto, tenha havido qualquer reforço de pessoal.
Considerando que neste momento há uma situação de "rutura total", com os elementos da PSP "cansados e desmotivados", António Santos revelou que o Sinapol vai reunir-se com outras estruturas sindicais por causa desta situação e solicitar "o apoio" do poder político regional.