Colégios de Leiria dizem que as escolas estão "sobrelotadas"

Os presidentes das associações de pais de dois colégios particulares com contrato de associação de Leiria disseram hoje que nesta cidade não há suficiente oferta pública e que estas escolas estão sobrelotadas.

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Lusa
24/05/2016 15:20 ‧ 24/05/2016 por Lusa

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Após uma concentração de cerca de três centenas de alunos dos colégios Conciliar Maria Imaculada (CCMI) e Nossa Senhora de Fátima, na Praça Rodrigues Lobo, no centro de Leiria, onde se manifestaram a favor das "suas" escolas e procederam à largada de balões, as associações de pais destes colégios alertaram para a falta de resposta na cidade para receber mais alunos.

"Em Leiria, não há oferta pública. As escolas estão sobrelotadas e estão a fazer desdobramento. Há várias escolas que hoje já têm esse problema e sem os alunos do Colégio Nossa Senhora de Fátima e Colégio Conciliar Maria Imaculada", referiu o presidente da Associação de Pais do CCMI, João Ferreira.

Segundo este pai, se o Governo não alterar a decisão de cortar uma turma do 5.º ano no CCMI haverá um "largo número de pessoas que tem os filhos no colégio e que não terá capacidade de suportar uma propina".

"As implicações começam este ano, mas continuam no próximo e no outro, se o despacho for levado à letra. Hipoteticamente, dentro de quatro ou cinco anos não haverá contratos de associação nas escolas de Leiria", sublinhou João Ferreira.

A presidente da Associação de Pais do Colégio Nossa Senhora de Fátima, Marta Vasconcelos, acrescentou que "não se trata de colocar o ensino público realizado em escolas estatais contra o ensino público realizado em escolas de gestão privada com contratos de associação".

"Estamos todos do mesmo lado: da educação dos nossos filhos. O universo de alunos destas escolas é transversal a todas as classes sociais e por isso a motivação desta luta para a manutenção dos contratos de associação. Se assim não for, a liberdade de escolha do ensino fica reservada aos mais ricos. Aos mais pobres resta-lhes a escolha que o Estado faz por eles", disse ainda Marta Vasconcelos.

Considerando que as "decisões tomadas pelo Ministério da Educação têm sido tomadas de forma prepotente e sem espaço temporal para uma discussão séria, livre e despida de preconceitos", Marta Vasconcelos adiantou que "o aviso concursal, que começa dia 30 de maio e acaba dia 15 de junho, vai causar instabilidade".

"Acreditamos que até ao fim das matrículas haja uma reversão e possamos continuar a escolher os projetos educativos que acreditamos fazem sentido para os nossos filhos", frisou.

João Ferreira lamentou ainda que a tutela "não tenha ouvido ninguém" e "nem a Câmara Municipal [Leiria] foi consultada" nem "deu informação de quantos alunos tem disponível", "quando estas alterações também têm implicações no orçamento da autarquia".

Os pais prometem continuar a luta "até à exaustão, dentro da legalidade e das mais amplas normas democráticas", garantindo que marcarão presença na manifestação nacional de domingo, em Lisboa, pelas 15:00, na Assembleia da República.

Entretanto, a Câmara de Leiria continuar a reunir, até ao final desta semana, com todas as escolas do concelho, públicas e privadas, e respetivas associação de pais, para se inteirar dos problemas que afetam a rede, ouvir as críticas e perceber a capacidade dos estabelecimentos públicos para virem a receber mais alunos.

Fonte do Município adiantou à Lusa que só após esta análise é que a autarquia se irá pronunciar e que poderá então ver com a tutela para que possam ser corrigidas eventuais falhas neste processo.

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