"Conseguiu-se uma solução em que ambas as partes ganham porque quer dizer que voltam ao trabalho e se poderá retomar o crescimento do porto de Lisboa", disse Ana Paula Vitorino aos jornalistas.
"O que esteve presente durante todo o dia nesta reunião foi a importância que o porto de Lisboa tem para a economia nacional e a importância que o acordo tem para que se possa de facto retomar o crescimento deste porto e também contribuir para o crescimento económico", adiantou a ministra.
O acordo permitirá a suspensão imediata da greve em curso, após a confirmação em plenário pelos trabalhadores no prazo de máximo de 24 horas, prevendo a assinatura, no prazo de 15 dias, de "um novo contrato coletivo de trabalho".
Para o presidente do Sindicato dos Estivadores, Trabalhadores do Tráfego e Conferentes Marítimos do centro e sul de Portugal, os estivadores ganham com o acordo "um fôlego para trabalhar" e "nessa perspetiva é uma vitória".
"O que queremos é trabalhar", disse António Mariano, considerando que "estão criadas as condições para trabalhar e construir e voltar a recuperar para o porto de Lisboa muitas cargas".
José Morais Rocha, da Associação dos Operadores do Porto de Lisboa, também vê agora o futuro com mais otimismo.
"Para o porto de Lisboa é um belíssimo acordo porque este acordo prevê uma paz social de seis anos e o porto de Lisboa estava a precisar de uma paz social duradoura que permitisse a todos nós, operadores, administração do porto de Lisboa, fazermos uma ação (...) para reconquistar não só mercado que se perdeu ao longo destes anos, como aumentar substancialmente", declarou um dos representantes dos operadores presentes na reunião.
"Estamos certos que com esta paz social nos próximos anos e com investimentos por parte dos operadores, mais modernização, estamos certos que este porto voltará a ser outra vez um grande porto nacional, se não o maior como já foi", disse ainda José Morais Rocha.
O sindicato e operadores estavam a negociar um acordo coletivo de trabalho desde janeiro, mas as negociações foram suspensas no início de abril apesar de existir consenso em várias matérias, segundo o Governo, que mediou este conflito.