A Polícia Judiciária deteve, esta terça-feira, doze militares da Força Aérea sobre os quais recaem suspeitas de corrupção, revela a Polícia Judiciária em comunicado.
As detenções, explica a força de investigação, foram feitas na apelidada segunda fase da Operação Zeus que investiga crimes de corrupção passiva e ativa, abuso de poder e falsificação de documentos na Força Aérea.
Esta investigação, recorde-se, teve o seu primeiro 'capítulo' no final do ano passado. Em causa, o facto de os suspeitos sobrefaturarem os bens e matérias-primas para a confeção de refeições nas messes da Força Aérea.
"[Havendo uma] posterior divisão entre os militares e os empresários do saldo relativo à diferença entre o valor da fatura original, ou seja, o valor efetivo da venda dos produtos alimentares e o valor sobre faturado ao Estado", lê-se no comunicado da Polícia Judiciária.
Além dos 12 militares detidos por corrupção, abuso de poder e falsificação de documentos na comercialização de géneros alimentícios nas messes da Força Aérea, nos quais se incluem um major-general, um coronel, um tenente-coronel e um major, segundo adiantou fonte da PJ à Agência Lusa, foram ainda detidos quatro empresários ligados ao ramo da comercialização de bens alimentícios.
A operação contou com a participação de 130 elementos da Polícia Judiciária e 10 magistrados do Ministério Público, tendo sido realizadas 36 buscas em Lisboa, Porto, Santarém, Setúbal, Évora e Faro e apreendidos documentos e material relacionado com a atividade ilícita.
Recorde-se que na primeira fase desta operação da PJ, levada a cabo em novembro, já haviam sido detidos seis militares.