Zero espera que Cimeira do clima insista no apoio a países vulneráveis

A cimeira promovida pelo Presidente francês deve ser uma oportunidade para insistir na mobilização internacional para apoiar os países mais vulneráveis e reduzir urgentemente as emissões, de modo a enfrentar as alterações climáticas, apelou hoje a Zero.

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Lusa
12/12/2017 13:08 ‧ 12/12/2017 por Lusa

País

Francisco Ferreira

A reunião de líderes mundiais na Cimeira Um Planeta (One Planet Summit), que vai decorrer na terça-feira, na capital francesa, é uma iniciativa de Emmanuel Macron para assinalar os dois anos do Acordo de Paris para o clima e pretende juntar mais de 50 chefes de Estado e de governo, como o primeiro-ministro português, mas também o secretário-geral da ONU, António Guterres, e o presidente do Banco Mundial, Jim Yong Kim.

Para a Associação Sistema Terrestre Sustentável, Zero, que estará representada na iniciativa pelo seu presidente, Francisco Ferreira, a Cimeira Um Planeta "pode dar um impulso ao ano que vem, colocando na mesa novas e concretas soluções de financiamento público e privado, ambos críticos para uma ambiciosa ação climática".

Os ambientalistas referem que este encontro poderá demonstrar que os fluxos financeiros na economia real estão a passar dos combustíveis fósseis para a energia renovável.

No entanto, "esta mudança deve acontecer a uma taxa muito mais rápida para se alinhar com os objetivos do Acordo de Paris, e deve ser complementada por maiores esforços financeiros para apoiar as comunidades vulneráveis", acrescenta a associação, em comunicado.

"Os governos têm a responsabilidade de aderir a essa mudança agora e no próximo ano, comprometendo-se a fortalecer sua ambição e compromissos até 2020", realça ainda a Zero, que refere as presenças do primeiro-ministro, António Costa, e do ministro do Ambiente, João Matos Fernandes.

Esta cimeira segue-se às negociações climáticas da Conferência das Nações Unidas (COP23) realizada em Bona, em novembro, e vai debater o financiamento para a ação nas alterações climáticas, os negócios sustentáveis, a ação local e regional pelo clima e as políticas para uma transição ecológica inclusiva.

A Zero defende que "a única maneira de celebrar o 2.º aniversário do Acordo de Paris é honrar o seu mandato", mas, embora as mudanças já estejam a acontecer, "é necessária uma ação mais rápida e mais ambiciosa para cumprir" os seus objetivos, nomeadamente com uma ação mais célere para proteger as comunidades vulneráveis contra o aquecimento global, acima dos 1,5°C (graus Celsius).

Os países "devem direcionar imediatamente o financiamento para aqueles que precisam de lidar com os impactos das mudanças climáticas e não investirem dinheiro em combustíveis fósseis", insistem os ambientalistas.

"Não há tempo nem dinheiro a desperdiçar", salienta a Zero, recordando que "os impactos climáticos não são apenas sentidos pelas comunidades vulneráveis".

A Cimeira Um Planeta, marcada pela ausência do Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que anunciou a saída do seu país do Acordo de Paris, pretende impulsionar a sua aplicação, visando a redução de emissões de gases com efeito de estufa para limitar a subida da temperatura global.

As alterações climáticas levam ao aumento da frequência de fenómenos extremos como secas ou inundações.

 

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