"Nestas e em tantas outras medidas está a marca do PCP, da nossa iniciativa e proposta, e a prova de que, quando o PS converge com o PCP, a vida dos trabalhadores e do povo melhora. Se não se foi mais longe, foi porque o Governo e o PS fizeram outras opções e decidiram-se por outras convergências", disse Jerónimo de Sousa, após enumerar diversas iniciativas de devolução de remunerações ou reversões da política da anterior governação PSD/CDS-PP.
O líder do PCP defendeu ser preciso "ir mais longe na defesa, reposição e conquista de direitos", salientando o aumento geral de salários, pensões, reformas e apoios sociais, por exemplo, reiterando a "política, alternativa, patriótica e de esquerda", com um "eixo central": a "revogação das normas gravosas da legislação laboral" e o combate à precariedade, baixos salários e horários desregulados.
"Que caminho, afinal, quer o Governo fazer?", inquiriu Jerónimo de Sousa.
Segundo o secretário-geral comunista, nos "dois últimos anos e meio, onde a reposição de direitos e rendimentos, onde anseios e preocupações dos trabalhadores e do povo tiveram resposta, ainda que limitada e insuficiente, a vida avançou no sentido certo", mas "onde se mantiveram opções do passado e da política de direita, onde o Governo travou os avanços e se acentuaram a convergências entre PS PSD e CDS, os problemas mantêm-se ou agravam-se".
"Partilho consigo do balanço claramente positivo destes dois anos e meio. Eu percebo que temos aqui uma relação desigual. O sr. deputado [Jerónimo de Sousa] pode escolher a parte boa da lua que deseja e eximir-se à outra parte. Eu assumo a lua por inteiro em todos os seus ciclos. Este é o caminho que queremos continuar a percorrer, entendemos que há condições, e com a companhia com quem temos estado a percorrer", respondeu António Costa.
O primeiro-ministro recordou as muitas medidas adotadas por proposta de PEV, PCP, BE, PS e até do programa Governo, ajustadas ao ritmo dos parceiros, mas destacou que o executivo também se responsabilizou pelas "outras medidas que tornam todas estas viáveis e sustentáveis".
António Costa voltou a defender a nova proposta de lei do Governo para alterar a legislação laboral, após acordo em concertação social, uma vez que considera que vai combater a precariedade, relembrando os 300 mil novos postos de trabalho criados nesta legislatura, dos quais 85% foram contratos sem termo, além do maior processo de integração nos quadros do Estado que alguma vez foi feito.