"Portugal não é um país para gente séria. Quem é sério está tramado"

Joaquim Jorge diz que o Governo teve dois presentes distintos nesta época natalícia: O “fiasco” dos coletes amarelos e o desaparecimento do processo de José Sócrates.

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© Joaquim Jorge

Natacha Nunes Costa
24/12/2018 10:20 ‧ 24/12/2018 por Natacha Nunes Costa

Política

Joaquim Jorge

O Natal é sinónimo de partilha de presentes e prendas, mas nem sempre recebemos o que queremos ou desejamos. Para o fundador do Clube dos Pensadores, Joaquim Jorge, foi isso mesmo que aconteceu esta época natalícia ao Executivo de António Costa.

“Neste final de ano e nesta época natalícia o Governo teve dois presentes completamente diferentes. Um presente bom - ‘Coletes amarelos com fraca adesão’ - e um presente mau com o ‘Apagão no histórico do Marquês’”, descreve o também biólogo, num artigo de opinião enviado ao Notícias ao Minuto.

Para Joaquim Jorge, a manifestação dos coletes amarelos “foi um fiasco” e isso foi positivo para o Governo.

“Os portugueses são bons em processos de intenção, o pior é o resto. Convocar uma manifestação perto do Natal, em horas de trabalho, não lembra a ninguém e mostra um amadorismo atroz”, disse, aproveitando para relembrar que “convocar uma manifestação no Facebook e muita gente dizer que vai e que gosta não é o mesmo que aparecer”.

E entre a realidade virtual e a “realidade real”, há uma coisa em que Joaquim Jorge acredita mesmo: “Mentir é apanágio dos portugueses, não é só dos políticos”.

Já quanto ao presente ‘envenenado’, o comentador diz que o desaparecimento dos registos da tramitação do caso Marquês, que tem José Sócrates como principal arguido, mancha a imagem da Justiça e mostra que “na Justiça portuguesa tudo é possível”, adiantando que “a única salvação é se o juiz Carlos Alexandre tiver uma cópia guardada deste processo”.

“Detesto viver neste país faz de conta, de tansos, cobardes, ladrões, corruptos e sem lei. Portugal mais parece o Far West. Não sei se dá para rir ou chorar!? Somos um país de paródia, sem direito, sem razão, sem uniformidade, sem equidade, sem rigor, sem dignidade, sem imparcialidade”, frisa.

Em jeito de conclusão, Joaquim Jorge diz que “Portugal é um país que não se pode levar a sério. Portugal não é um país para gente séria, quem é sério neste país está tramado e passa por lorpa e não tem futuro”.

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