Natural de São João da Madeira, distrito de Aveiro, Pedro Nuno Santos tem 41 anos, é pai de um filho, sendo licenciado em Economia pelo ISEG, instituição da Universidade Técnica de Lisboa na qual foi presidente da Mesa da RGA (Reunião Geral de Alunos) e membro do senado desta instituição.
Pedro Nuno Santos iniciou a sua atividade política na JS aos 14 anos e, entre 2004 a 2008, foi secretário-geral desta organização de juventude, período em que esteve empenhado primeiro na legalização da Interrupção Voluntária da Gravidez e, depois, na consagração em lei do casamento entre pessoas do mesmo sexo.
Entrou no parlamento em 2005, com a primeira maioria absoluta do PS, na altura em que este partido era liderado por José Sócrates, e esteve com este antigo primeiro-ministro até à derrota eleitoral dos socialistas de junho de 2011.
Na Assembleia da República, sob a liderança de António José Seguro, foi vice-presidente do Grupo Parlamentar do PS a partir de outubro de 2011, mas demitiu-se um ano depois de fazer um polémico discurso em Castelo de Paiva, durante uma festa de Natal com militantes socialistas locais, em que contestou de forma considerada radical a forma como Portugal estava a cumprir o programa de assistência financeira da "Troika".
"Estou me marimbando para os bancos alemães que nos emprestaram dinheiro nas condições em que nos emprestaram, estou me marimbando que nos chamem irresponsáveis. Nós temos uma bomba atómica que podemos usar na cara dos alemães e dos franceses. Ou os senhores se põem finos ou nós não pagamos a dívida" e se o fizermos "as pernas dos banqueiros alemães até tremem", disse nesse discurso.
Pedro Nuno Santos foi líder da federação de Aveiro até março do ano passado e em 2011 apoiou António José Seguro contra Francisco Assis no processo de sucessão de José Sócrates no cargo de secretário-geral.
Em 2014, esteve ao lado do atual primeiro-ministro, António Costa, nas eleições primárias socialistas de setembro, em que o atual líder derrotou António José Seguro com mais de 60% dos votos.
Conotado com a ala esquerda do PS e apontando como potencial candidato à liderança deste partido, Pedro Nuno Santos pertence desde 2014 ao chamado "núcleo duro" político de António Costa, tendo estado na primeira linha em defesa da atual solução política com o PCP, Bloco de Esquerda e PEV a seguir às eleições legislativas de outubro de 2015.
Como secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, Pedro Nuno Santos foi o membro do Governo mais diretamente responsável pela coordenação política entre o executivo, o PS e as forças que suportam esta solução política na Assembleia da República.
Entre outros processos negociais, passaram por si quatro orçamentos do Estado e a lei das 35 horas semanais de trabalho na administração pública.
No último congresso do PS, Pedro Nuno Santos defendeu que este partido deve ter como orientação política a concertação à esquerda, colocando-se estrategicamente numa posição de maior proximidade face ao Bloco de Esquerda e PCP do que em relação ao PSD.
"Não é com o PSD e o CDS que os socialistas podem avançar com leis laborais para proteger os trabalhadores. Não é com o PSD ou CDS que vamos proteger o sistema público de pensões, o mesmo com a educação, o mesmo com a saúde. Isto não é populismo, isto não é radicalismo, isto é ser socialista", defendeu.
Com este posicionamento, Pedro Nuno Santos demarcou-se em parte da estratégia mais "centro esquerda" preconizada por António Costa, assim como pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, e pelo presidente da Câmara Fernando Medina - este último apontado como o seu mais sério adversário numa futura corrida à sucessão do atual secretário-geral.
Ao longo dos últimos anos, Pedro Nuno Santos foi colocado no grupo dos chamados "jovens turcos", juntamente com o atual secretário de Estado João Galamba e com os ex-líderes da JS Duarte Cordeiro e Pedro Delgado Alves.
Filho de um empresário de material industrial para as fábricas de calçado, antigo ativista da Frente Eleitoral dos Comunistas (marxistas-leninistas) [FEC-ml] dos tempos do Processo Revolucionário Em Curso (PREC), o novo ministro, na anterior legislatura, destacou-se como coordenador da bancada socialista na comissão parlamentar de inquérito ao BES
"Ladri di Biciclette" (Ladrões de Bicicletas), a película de 1948 do realizador italiano Vittorio De Sica é o seu filme favorito e deu nome ao blogue em que participa. Além daquele exemplar do neorrealismo transalpino, o parlamentar socialista não perde um novo título de outro italiano: Nani Moretti.