Ministro Pedro Nuno Santos esclarece cargo de mulher no Governo
Catarina Gamboa, mulher do ministro das Infraestruturas e da Habitação, foi nomeada chefe do gabinete de Duarte Cordeiro. Pedro Nuno Santos justifica que Catarina, que é sua mulher e mãe do seu filho, "é também Catarina Gamboa, excelente profissional, pessoa de enorme competência".
© Reuters
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Catarina Gamboa, mulher de Pedro Nuno Santos, ministro das Infraestrutura e da Habitação, foi nomeada oficialmente chefe do gabinete de Duarte Cordeiro, secretário Adjunto e dos Assuntos Parlamentares. Pedro Nuno Santos junta-se assim ao lote de políticos no Governo com ligações familiares entre si (recorde-se que, por exemplo, Mariana Vieira da Silva é filha de Vieira da Silva, que por sua vez é casado com Sónia Fertuzinhos, deputada socialista, ou que os ministros Eduardo Cabrita e Ana Paula Vitorino são marido e mulher).
A nomeação de Catarina Gamboa foi noticiada pelos meios de comunicação este fim de semana e Pedro Nuno Santos decidiu esclarecer o assunto através de um extenso texto partilhado nas redes sociais.
“O povo tem o direito de questionar e de querer garantir que os cargos de poder político não são usados para que alguns se sirvam a si e às suas famílias”, começa por escrever o governante, justificando que é obrigação dos políticos “não apenas garantir que essa situação não tem lugar, mas também responder, com verdade, às dúvidas e perplexidades que possam surgir”.
Nesse sentido, o agora ministro das Infraestruturas e da Habitação diz sentir o dever de “relatar de forma breve” a sua história e da Catarina, sua mulher. Fá-lo também “por respeito ao Duarte e, sobretudo, à Catarina, que não merece ser menorizada no seu percurso profissional” - que nada se deve a si, garante.
“A Catarina, que é minha mulher e a mãe do meu filho Sebastião é, também Catarina Gamboa: excelente profissional, pessoa de enorme competência”, acentua, contando o seu percurso profissional e político até chegar ao cargo para o qual fora agora nomeada.
Pedro Nuno Santos recua ao tempo em que conheceu Catarina, “há cerca de 16 anos”, através do próprio Duarte Cordeiro, seu amigo e “companheiro de muitas lutas políticas”. A começar pelas disputa da concelhia da Juventude Socialista de Lisboa e a Federação de Aveiro, tendo Cordeiro vencido a primeira e Pedro Nuno Santos a segunda. Estavam, na altura, os dois na faculdade. Depois disso, preparam-se para a “conquista” da JS nacional.
Foi nesse percurso, relata, que conheceu Catarina, “uma jovem militante da equipa concelhia do Duarte, uma mulher bonita, divertida e com muita graça, inteligente, desafiadora e, sobretudo, competente. Ela era inquieta, rebelde, sempre pronta a desafiar e a questionar as minhas decisões. Mas apesar de chocarmos muito, gostava da personalidade dela e do seu instinto político. Era uma pessoa assim que precisávamos na nossa equipa e foi por isso que ela fez parte do meu primeiro Secretariado Nacional da JS”, recorda.
Nessa altura, Catarina terminara o curso de Economia no ISEG e trabalhou vários anos numa empresa de consultoria e, esclarece o socialista, pouco depois de Duarte Cordeiro chegar a vereador da Câmara Municipal de Lisboa, este convidara Catarina para ir trabalhar com ele. “Eu não tive qualquer influência na sua decisão; eu e a Catarina não estávamos sequer juntos nessa altura. Foram as suas competências e a relação de confiança entre ela e o Duarte que o levaram a essa escolha. Na minha opinião fez muito bem”, refere, lembrando que foi nessa fase em que reencontrou com Catarina e os dois acabaram por se apaixonar.
Mais recentemente, "tanto o meu percurso profissional e político como o do Duarte e o da Catarina continuaram a avançar". Na última remodelação governamental levada a cabo por António Costa, Pedro Nuno Santos foi convidado para exercer as funções de ministro das Infraestruturas e da Habitação e o Duarte as de Secretário de Estado Adjunto e dos Assuntos Parlamentares.
"A Catarina que, entretanto, tinha assumido funções de coordenação do gabinete do Duarte enquanto Vice-Presidente da Câmara Municipal de Lisboa, acompanha-o agora para o Governo e ele convida-a para sua chefe do gabinete", esclarece o governante, sublinhando que o que aconteceu é o que acontece com muitas pessoas: "apaixonarmo-nos por alguém com quem nos relacionamos, seja no nosso grupo de amigos, seja no trabalho".
Pedro Nuno Santos lembra que tal acontece com políticos e acontece em muitas outras profissões. "E é fácil compreender porquê: afinal, é nesses meios que passamos a maior parte do nosso dia-a-dia, e é com essas pessoas que partilhamos as vitórias e as derrotas profissionais e pessoais", argumenta.
Frisando compreender a necessidade de transparência, o governante socialista refere que não pode abdicar da defesa de um princípio que considera muito importante - "o de que ninguém deve ocupar uma função profissional por favor, como ninguém deve ser prejudicado na sua vida profissional por causa do marido, da mulher, da mãe ou do pai" e, por isso, reafirma: "A Catarina, que é a minha mulher e a mãe do meu filho Sebastião é, também, a Catarina Gamboa: excelente profissional, pessoa de enorme competência e confiança".
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