"A nomeação de Elisa Ferreira como comissária, em nome de Portugal, é uma excelente notícia. Todos conhecemos a sua grande capacidade técnica e política - ela foi eurodeputada [...] e também foi membro do Governo e vice-governadora do Banco Portugal - e, portanto, Portugal fica muito bem representado", reagiu Carlos Zorrinho em declarações à agência Lusa.
A expectativa do líder da delegação socialista na assembleia europeia é que Elisa Ferreira tenha "uma pasta bastante interessante, da sua área técnica e política, na área do desenvolvimento, na área financeira", o que considerou ser "importante para concretizar aquele que é o programa de Ursula von der Leyen", a presidente eleita do executivo comunitário e sucessora de Jean-Claude Juncker.
"Nós, socialistas portugueses, votámos em Ursula von der Leyen em nome de um programa ou de um novo impulso para a União Europeia e de um novo pacote de investimento contra as alterações climáticas e para colmatar o abrandamento da economia", assinalou Carlos Zorrinho.
Por isso, continuou, "num momento em que há um abrandamento na economia da UE por razões externas, a União não pode ter uma atitude passiva, tem de ter uma atitude ativa".
"E acho que Elisa Ferreira será uma protagonista ativa", adiantou Carlos Zorrinho, falando ainda num aumento da notoriedade do país, numa altura em que o ministro das Finanças português, Mário Centeno, assume a liderança do Eurogrupo.
O primeiro-ministro, António Costa, escolheu a ex-ministra Elisa Ferreira para comissária europeia e já o comunicou à nova presidente da comissão, disse a agência Lusa fonte oficial do seu gabinete.
Segundo a mesma fonte, oportunamente a presidente eleita da Comissão Europeia comunicará a pasta atribuída à futura comissária portuguesa.
Elisa Ferreira foi ministra dos governos chefiados por António Guterres, primeiro do Ambiente, entre 1995 e 1999, e depois do Planeamento, entre 1999 e 2002, ocupando, desde setembro de 2017, o cargo de vice-governadora do Banco de Portugal.
Sucederá a Carlos Moedas, que foi comissário indicado pelo anterior governo PSD/CDS-PP, detendo desde novembro de 2014 a pasta da Investigação, Ciência e Inovação.
Há cerca de duas semanas, em 8 de agosto, o porta-voz da presidente eleita da Comissão tinha dito à agência Lusa que Ursula von der Leyen tinha mantido encontros informais com os dois candidatos apresentados por Portugal, Elisa Ferreira e o eurodeputado e antigo ministro das Infraestruturas, Pedro Marques, nomes avançados, na altura, pelo jornal Público.
Hoje, Carlos Zorrinho salientou ainda, nas declarações prestadas à Lusa, que Portugal "também ficaria muito bem representado" com Pedro Marques, por o antigo governante representar "outra proposta de grande capacidade técnica e política".