Freitas teve grande coragem e "sem ele CDS nunca teria existido"

O antigo presidente dos democratas-cristãos José Ribeiro e Castro recordou hoje Freitas do Amaral como "um exemplo" e "uma pessoa de grande coragem física e moral", sem a qual o CDS nunca teria existido.

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Lusa
03/10/2019 16:58 ‧ 03/10/2019 por Lusa

Política

Freitas do Amaral

 

"Marcou muito a vida das pessoas, no caso do centrismo e da democracia-cristã. Foi o fundador número um do CDS, portanto, é o número um do CDS, independentemente de se ter afastado mais tarde, nos anos 1990, e seguido outros caminhos. É uma pessoa sem a qual o CDS nunca teria existido", declarou José Ribeiro e Castro à agência Lusa.

O antigo presidente do CDS-PP lamentou a "notícia triste, embora não totalmente inesperada" da morte de Freitas do Amaral, hoje, aos 78 anos, considerando que "ainda podia dar muito à vida política, cultural e intelectual portuguesa" e que "deixa obviamente um vazio na sua família, nos seus amigos mais próximos".

Ribeiro e Castro, que quando presidiu ao CDS-PP, entre 2005 e 2007, repôs na sede do partido o retrato de Freitas do Amaral, comentou, questionado sobre essa decisão: "Fiz o que era meu dever".

"Sempre entendi que o CDS deve conhecer e respeitar todos aqueles que lideraram o partido - no caso de Freitas do Amaral ainda mais, é um reconhecimento superlativo, porque é o presidente que fundou o partido e que aguentou com provas e provações muito difíceis. Cada presidente representa um determinado período da vida do partido e uma escolha dos militantes", afirmou.

No seu entender, a relação entre o partido e Freitas do Amaral ficou pacificada, "pelo menos com a atual presidente", Assunção Cristas, que hoje prestou "o testemunho justo, no momento em que parte aquele sem o qual o CDS nunca teria existido".

Sobre os primeiros tempos do Centro Democrático Social (CDS), Ribeiro e Castro disse que, juntamente com Freitas do Amaral, "Amaro da Costa também é muito justamente recordado" e defendeu que "faziam uma dupla perfeita à frente do CDS, de uma grande amizade entre os dois, de uma grande cumplicidade".

"Se não fossem eles, o CDS não teria existido, não teria havido talvez um voto contra a Constituição, não teria havido uma alternativa ao centro e à direita pronta a ser escolhida logo a partir de 1976. Enfim, tantas coisas que não teriam existido", acrescentou.

Ribeiro e Castro lembrou acontecimentos como os assaltos à sede do partido, em Lisboa, e o cerco ao I Congresso, no Palácio de Cristal, no Porto, e descreveu Freitas do Amaral como "uma pessoa de grande coragem física e moral".

"Continuou sem tergiversar e mantendo sempre a serenidade, como irmã da firmeza da intervenção política. Portanto, foi também um exemplo, como referência de uma ideia justa e pela confiança que projetava e que atraía", elogiou.

O fundador do CDS e antigo ministro Freitas do Amaral morreu hoje, aos 78 anos.

Diogo Pinto Freitas do Amaral, professor universitário, nasceu na Póvoa de Varzim, no distrito de Porto, em 21 de julho de 1941. Foi presidente do CDS, partido que ajudou a fundar em 19 de julho de 1974, e ministro em vários governos.

Freitas do Amaral, que estava internado desde 16 de setembro, fez parte de governos da Aliança Democrática (AD), entre 1979 e 1983, e mais da tarde do PS, entre 2005 e 2006, após ter saído do CDS em 1992.

 

 

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